Reprise Sulamericana

Na coluna desta semana convido aos eleitores e ouvintes a refletirem e perguntarem a si mesmos, para aonde vai o Brasil e o que queremos dele; ou; o que será que o Brasil espera dos Brasileiros?

Lanço com atenção crítica e olhos atentos a situação do nosso país vizinho, a Argentina, e o que podemos aprender com ela em seus erros de governo. Vamos analisar tais fatos com o que a história nos revelou, sem achismos ou imposição ideológica.

O governo composto pelas temidas e famosas Juntas Militares nos anos 80, exercia forte repressão a qualquer descontentamento, com as consequentes tensões sociais, aliadas aos 90% de inflação anual, recessão profunda, interrupção de boa parte das atividades econômicas, banalização do IVA (imposto ao valor agregado), empobrecimento da classe média, grande aumento do endividamento externo das empresas e do Estado, salário real cada vez mais baixo, aumento da pobreza e de seus efeitos, etc, diante tal quadro surgiu daí a ideia de impor a soberania argentina em invadir as Ilhas Malvinas com intuito de apagar o caos interno do país, enfim não deu certo recuperar o crédito perdido entre os setores sociais sensíveis a este discurso patriótico ,a miséria se instaurou com a vinda de” curralitos” ( bloqueio de dinheiro nas contas correntes dos Argentinos) e alta do dólar na economia. Enfim descobrimos no comportamento deles os panelaços, já que estavam sem comida, dinheiro, emprego e ainda sob censura.

Olhando a realidade brasileira, percebo tal semelhança em efeitos, mas não nos aspectos; nossa desvalorização de moeda é visível , alta dos combustíveis, desemprego, buscamos despertar um senso patriota ao intervir na Amazônia, vivemos uma tensão social com uma população dividida com um discurso de direita ou esquerda e um temor de liberdade a alguma manifestação sobre certas autoridades do país.

A nossa diferença para os Argentinos é que de fato todos se uniram e agiram como patriotas para salvar um país, enquanto nós, somos populistas divididos em ideologias, neste sentido lembro que o novo populismo tomou ascensão recente quando da chegada ao poder da esquerda , que nos colocou em situação ímpar no mundo, pois, enfrentamos com “prosperidade” uma crise mundial, estávamos na bolha e hoje sentimos em atraso os reflexos desta proteção governamental potencializada por uma pandemia.

A atual direita tenta seguir com inovação o mesmo caminho, com um apelo em menor tom. Nossos panelaços são vazios com a simples atenção de protestar, não temos nenhuma violação grave ofendida, a liberdade e a economia estão na normalidade mundial, temos em maioria da população comida á mesa, e observamos o abuso de poder como braço de força por algumas autoridades, enfim descubro que esquecemos que somos brasileiros, que somos desunidos, que as garantias constitucionais não podem ser atingidas por divergências ideológicas , mas os dois lados continuam em modo confortável e insano obstaculizar o País, faltam por nossos representantes eleitos melhorarem os diálogos e buscar reciprocidades de interesses, mas cada um clama somente para os seus na busca da popularidade para alimentar o ego, infelizmente as pautas essenciais ao Brasil estão debaixo do tapete.

O Brasil, não pode mais ser 3º mundo e continuar agindo como uma potência de nêutrons, sem qualquer expectativa de “explosão” de competência, prosperidade e exemplo mundial que merece economicamente tal qual como civilização. Portanto acho que o Brasil precisa de nós, hora de fazermos a nossa parte. São tempos de União.