Ao criticar a imprensa de forma genérica, Renato Portaluppi deixa de lado o caminho mais eficaz e ético: apresentar fatos que desmintam possíveis erros cometidos por jornalistas. Essa abordagem não apenas deslegitima o trabalho jornalístico como também alimenta um discurso perigoso que fragiliza a liberdade de expressão, um pilar da democracia.
- Liberdade de expressão garantida: A Constituição Federal assegura que todos podem expressar suas opiniões, mas que sejam devidamente identificadas. Esse direito também abrange o jornalismo, que tem como compromisso informar com base em fatos, não em paixões ou preferências pessoais.
Rotular jornalistas com base em supostas preferências esportivas, como alguns fazem, é ignorar a essência do trabalho jornalístico. Embora seja natural que profissionais tenham suas inclinações pessoais, o compromisso do jornalismo é com a apuração e com a verdade. Transformar a imprensa em uma arena de polarização não beneficia jogadores, técnicos, dirigentes ou torcedores – apenas enfraquece o debate esportivo.
Jogadores, técnicos e dirigentes, ao escolherem o protagonismo no esporte, tornam-se figuras públicas. Esse papel implica exposição e escrutínio – algo que o jornalismo esportivo viabiliza ao narrar as grandes histórias de conquistas, dramas e superações. A crítica generalizada à imprensa desvaloriza sua função de contar essas histórias e acompanhar de perto os bastidores do esporte.
Foto: Lucas Uebel