Foram dias intensos por aqui.
O Covid bateu lá em casa, e fomos ao total, 9 contaminados, destes, 2 faleceram.
Isso nos aprofundou ainda mais nas reflexões da vida, em olhar ainda mais para dentro, cada vez mais profundo.
A morte que mais me impactou, foi a do meu sogro. Uma pessoa cheia de vida, alegria, altamente contagiante, que enchia o ambiente onde estava, até mesmo, um velório.
Tive dois sentimentos com a partida dele:
1º Dor da separação – é como se fosse rasgado um papel onde tinham as histórias que construímos juntos, momentos em 99% das vezes, alegres. Foram 23 anos de construção de boas memórias, bons momentos…
2º O alívio – alívio de quê? De saber que ele partiu, e eu não tinha nada, absolutamente nada para dizer a ele. Ou seja, tínhamos todas as nossas questões sempre resolvidas (nunca brigamos, só eu que brigava com ele quando estava assando carne e deixava pingar alguma gota no chão e lá vinha ele passar aquele pano molhado nos meus pés… kkkk ele fazia de propósito e daí, surgia a brincadeira…kkkk)
Não ficou para trás nenhum “eu te amo” meu “melhor sogro”…
Não ficou nada pendente, a não ser eu ter feito um banco (aqueles de colocar lenha dentro que fica ao lado do fogão à lenha) que já estava alinhado para fazer antes do inverno… porém, o inverno não chegou para ele… mas para mim, vai chegar… chegar naquelas noites frias onde poderíamos comer uma pizza, ou um pinhão na chapa, dando várias risadas durante horas a fio… comer um sopão com pimenta, vendo qual que era a mais forte… ou simplesmente, comer um “pom” com salame e queijo… (sempre tinha comida envolvida…kkkk)
Foram 23 anos de muitas histórias construídas… de realmente, ter um segundo pai… um amigo… alguém que hoje, deixa uma imensa saudade no coração, porém, com a alegria de não ter ficado nada, absolutamente nada para trás…
No demais, Scheilinha (minha esposa) e eu, passamos por momentos muito delicados com o Covid, porém, hoje, totalmente recuperados, prontos para darmos continuidade a construção de histórias com nossos queridos, vivendo simplesmente, a vida real.
E você? Como está para as “peças” que a vida nos prepara?
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