A notícia que mexeu com o futebol gaúcho nesta quinta-feira foi o anúncio oficial do Sport Club Internacional de que Roger Machado é o seu novo treinador.
Esse fato não mexeu apenas com os colorados, afinal Roger foi jogador e treinador do lado gremista, sendo campeão nas duas funções. Os tricolores estão com um misto de raiva, ciúmes, incredulidade e decepção.
Mas por que, mesmo com todo o histórico no rival, Roger é tão necessário para o Inter nesse momento?
Primeiro pelo aspecto esportivo, o Inter precisa de uma conquista para sair de um incômodo jejum e Roger precisa de um troféu em um clube mais expressivo para enfim colocar seu nome no panteão dos grandes treinadores brasileiros.
Parece que os astros se alinharam para que nesse momento Roger e Inter se encontrassem para que juntos possam correr atrás de cessar suas mazelas.
Se vai dar certo, só o tempo dirá, mas não poderia surgir um momento mais oportuno para que essa parceria pudesse ser firmada.
O segundo ponto é histórico. O Inter tem a alcunha de “Clube do Povo”, que nasceu de uma rejeição, disposto a sempre aceitar gente de todos os tipos.
Seu mascote é o saci e durante muito tempo seus adeptos foram chamados de “macacos” de forma pejorativa pelos rivais, a ponto da torcida adotar o simpático bicho como símbolo.
Roger sempre se posicionou, nunca se calou diante do racismo. É uma voz de resistência e orgulho no elitista mundo do futebol.
É muito significativo ver novamente um negro comandando o Internacional, algo que desde 1999 com o saudoso Valmir Louruz, não acontecia.
Se Roger e Inter serão campeões juntos, ninguém sabe, mas essa combinação não pode ter sido por acaso. Que tanto o clube quanto seu treinador consigam alcançar seus objetivos e dar alegrias ao já tão machucado povo colorado.
A torcida toda espera por isso, até mesmo os que torceram o nariz.
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