Canoas está diante de uma eleição crucial, onde a decisão é mais do que entre candidatos. É entre responsabilidade e caos, entre compromissos reais e promessas vazias. E, ao que parece, o governador Eduardo Leite não se deixou enganar pelas manobras do candidato Airton Souza. O apoio de Leite a Jairo Jorge no segundo turno revela mais do que uma simples aliança política: ele desmascara a verdadeira posição de Airton, um homem isolado politicamente, sem suporte estadual, federal ou qualquer respaldo sério que o conecte com uma governabilidade estável.
Airton Souza é um candidato que, com o tempo, vem se revelando uma incógnita incômoda. O mesmo homem que se diz defensor do povo está atolado em condenações e suspeitas de irregularidades. São mais de 5 milhões de reais que Airton terá que devolver aos cofres públicos. E aí fica a questão: como um prefeito, com um salário que mal chega aos dígitos dos grandes empresários, pretende quitar essa conta com a justiça? Uma coisa é certa, ele não tirará isso do próprio bolso. O temor é de que seja o povo de Canoas, que já paga por sua inaptidão, quem acabará sendo cobrado.
O que ainda intriga é o distanciamento dos próprios aliados ideológicos. Airton, que tentou se enredar nos princípios bolsonaristas, viu Bolsonaro e Michele passarem longe de qualquer manifestação em seu apoio. Isso, meus caros, diz muito. Afinal, o ex-presidente não tem recusado endossar seus pupilos pelo país afora – exceto Airton. E quando até Michele, famosa por sua presença forte ao lado dos apoiadores do ex-presidente, evita qualquer vínculo, é sinal de que o cheiro dos escândalos que envolvem Airton Souza e Busato está atravessando fronteiras.
O fato é que o candidato parece representar uma caricatura falida daquilo que diz defender. Não só não possui o respaldo de Bolsonaro, como também não possui o apoio de Lula e agora vê Eduardo Leite cruzar a linha ao lado de Jairo Jorge. Restam-lhe apenas os que se beneficiam dos cargos e das sinecuras de uma prefeitura que, se cair nas mãos de Souza, estará mais que nunca condenada ao atraso e à estagnação.
O apoio de Eduardo Leite a Jairo Jorge não é apenas uma escolha estratégica, é um retrato escancarado do despreparo e do isolamento político de Airton Souza. Quando se falta legitimidade e diálogo com os governos, o resultado é um mandato fracassado, onde as alianças regionais e federais, que seriam essenciais para Canoas, ficam comprometidas. E quem paga por isso? Mais uma vez, o povo.
Depois desta, você ainda tem dúvidas que as obras dos Diques irão parar?