Carta aberta à Rainha Marta

Lembro-me quando era pequeno, sem compreender ao certo o que era futebol e tudo que o envolvia, de saber que existiam apenas 3 jogadores: Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Marta. E pensava que os 3 jogavam juntos na mesma seleção. Com o passar dos anos, fui conhecendo mais sobre o esporte, mas uma frase sempre ecoava: “futebol é coisa de homem”. E eu me perguntava: “Mas como é coisa de homem se existe a Marta?”

Acompanhei a trajetória de Marta, buscando entender por que ela era a melhor nesta coisa que diziam ser só para homens. Cada jogada, cada lance, assistência e gol reforçavam a ideia de que futebol não era exclusivo dos homens, pois nele existia a Marta.

Hoje, com 25 anos, sinto tristeza ao saber que não verei mais essa jogadora vestindo a camisa da seleção em Copas. Torci para que sua última Copa fosse coroada com um título. Seria esplêndido. É uma pena que todos estavam preocupados em torcer para Messi erguer a taça da Copa do Mundo, por ser sua última, mas pouca atenção foi dada quando chegou a sua vez. Quem me conhece sabe o quanto eu alimentava essa esperança. Vibrei e comemorei cada vez que você vestia essa camisa, pois sabia que atletas como você me representavam dentro de campo. Se hoje sou apaixonado e trabalho com futebol, é por sua causa, Marta. Se hoje apoio o futebol feminino, comento, torço e acredito na igualdade no esporte, mesmo que insistam em afirmar que futebol é coisa de homem, é por sua causa, Marta.

Portanto, agradeço profundamente por cada segundo que você esteve com essa camisa. Talvez esta carta nunca chegue até você, mas quero deixar registrado para que no futuro, assim como meus pais falam de tantos ícones da história, eu possa falar sobre quem foi A MARTA.

Muito obrigado, Rainha!

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