Por trás de uma decisão judicial, muitas vezes, há interesses silenciosos que aguardam o momento certo para emergir. E, ao que tudo indica, os “passarinhos” de Canoas decidiram cantar. Apenas meia hora após a decisão judicial que manteve a condenação de Airton, começaram a surgir revelações perturbadoras, traçando uma linha sombria que liga servidores, influências políticas e estratégias que, ao que parece, moldaram o rumo das urnas na cidade. Assim me afirmou, Dr. Adão Paiani por telefone.
Em destaque está Anderson Fraga, um funcionário da Prefeitura de Canoas, atualmente cedido ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Não um simples servidor, mas o responsável por assinar o recebimento dos documentos que habilitaram a candidatura de Airton, mesmo com questionamentos sobre a legitimidade da mesma. O histórico de Anderson traz um detalhe notável: ele foi assessor jurídico do vice-prefeito Nedy de Vargas Marques, um adversário declarado do candidato Jairo.
Não parou por aí. Segundo, o Dr. Paiani, após a transferência de Anderson para o TRE, mais três servidoras, todas conhecidas e próximas dele, também foram requisitadas pelo Juiz Eleitoral de Canoas. A coincidência, no entanto, ganha contornos suspeitos quando se descobre que essas servidoras têm ligações com Busato, outra figura notória na política local. Seria apenas coincidência que todos esses servidores, com laços próximos, foram estrategicamente posicionados em um momento tão crítico? Ou estaríamos diante de um tabuleiro meticulosamente orquestrado para favorecer interesses específicos?
A decisão do Juiz Eleitoral de Canoas em não instalar as seções eleitorais nas escolas, que já haviam retomado as atividades após a enchente, obrigou eleitores a se deslocarem até o centro da cidade. O resultado? Uma abstenção recorde, a segunda maior do país, com mais de 90 mil eleitores ausentes, muitos dos quais historicamente favoráveis a Jairo. São números que não mentem: se essas seções estivessem em locais de fácil acesso, em redutos onde Jairo sempre triunfou, o desfecho poderia ter sido outro.
Evidentemente, a diferença de pouco mais de 5 mil votos entre Airton e Jairo não é coincidência. As peças começam a se encaixar, formando uma narrativa onde os mecanismos eleitorais parecem ter sido manipulados para alterar o destino de Canoas. Quando interesses são elevados acima da vontade popular, a democracia é posta em xeque.
Com todas essas evidências sobre a mesa, fica a pergunta: se isso não constitui interferência indevida, então o que seria? O desembargador Voltaire, encarregado do caso, certamente terá que pesar cada um desses detalhes em sua decisão.