A recente megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão no Rio de Janeiro gerou uma onda de debates sobre a eficácia e a ética das ações policiais em favelas. Com 117 mortos e quatro policiais também falecidos, essa operação se tornou a mais letal na história do estado e até do Brasil.
O governo do Rio de Janeiro alega que a operação foi planejada com um ano de antecedência e seguiu as determinações do Supremo Tribunal Federal (STF), prometendo que a força utilizada foi proporcional. No entanto, a magnitude da tragédia levanta questões profundas sobre a abordagem da segurança pública no Brasil.
Vestígios da megaoperação
É difícil ignorar a dor e a perda que essas operações causam, tanto nas comunidades afetadas quanto nas famílias dos policiais. A narrativa de combater facções armadas é válida, mas a forma como isso é feito precisa ser constantemente reavaliada. O que se observa é um ciclo de violência que, muitas vezes, não resolve os problemas estruturais que alimentam o crime. O papel do STF, ao regular as ações policiais através da ADPF das Favelas, é crucial para garantir que a lei e os direitos humanos sejam respeitados.
A pressão sobre o governo Castro para prestar contas é necessária, especialmente em casos nos quais o número de mortes é tão elevado. Esse evento não pode ser visto somente como uma estatística, mas como um chamado à reflexão sobre o modelo de segurança pública que estamos adotando. O desafio é encontrar um equilíbrio entre segurança e respeito aos direitos humanos, evitando que o medo e a violência se tornem a norma.
Força proporcional
O governo do Rio diz que a polícia agiu certamente, usando a força “na medida certa” e seguindo as leis. Eles até falaram que o confronto foi longe da galera para ninguém se machucar e que as câmeras e o Ministério Público estavam de olho. Parece que Castro está tentando mostrar que foi tudo planejado e sem erros.
Mas, vamos ser sinceros, 121 mortos é muita gente. É difícil acreditar que ninguém inocente faleceu nessa confusão toda. A gente sabe que em comunidades assim, a linha entre quem é do crime e quem não é pode ficar bem borrada. O que o governo Castro fala e o que a gente vê ou sente são coisas diferentes.
Essa história de “força proporcional” é complicada. O governo acha que fez o que tinha que fazer contra bandidos perigosos, mas tanta morte assim faz a gente pensar se não teve exagero ou se faltou cuidado. No fim das contas, eles apresentaram um relatório dizendo que tudo correu bem, mas 121 vidas perdidas é um número que assusta e mostra que a gente precisa pensar muito mais sobre como a segurança pública funciona por aqui.
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