O presidente Lula parece estar agindo firmemente ao demitir aliados de deputados que votaram contra a Medida Provisória (MP) dos impostos. Essa atitude pode ser interpretada como uma forma de pressionar a base aliada e garantir que as próximas votações sigam o alinhamento desejado pelo executivo. É uma jogada política que pode ter consequências significativas para a relação entre o governo e o Congresso.
Essas missões abrangem cargas em ministérios e órgãos como Dnit, CODEVASF, Iphan e Caixa. Pois a estratégia do governo Lula parece ter como objetivo reorganizar uma base aliada e fortalecer sua posição de cara para as eleições de 2026, especialmente após a derrota na votação do MP, que teve um impacto significativo em projetos sociais. É uma jogada arriscada, mas que pode ser vista como necessária para manter o controle e a influência no Congresso.
Decisão presidencial
O mapeamento e ação rápida do governo é impressionante e em ver a extensão das demissões que estão ocorrendo em resposta à votação contra a MP 1303. A decisão do presidente Lula de reorganizar a base aliada está sendo colocada em prática de forma bem abrangente, afetando cargos importantes em diversos ministérios e órgãos federais.
“O Ministério da Agricultura, sendo 4 superintendências trocadas, Dnit 1 diretoria, CODEVASF 3 regionais, Iphan1 superintendência e Caixa Econômica Federal 1 vice-presidência”.
Essa movimentação certamente vai gerar bastante repercussão e pode mudar o cenário político em relação à articulação para as próximas votações e para as eleições de 2026. Como essa ação vai afetar a dinâmica política nos próximos meses ainda é incerta, mas certamente vai gerar bastante discussão. Vamos ver como os deputados e seus aliados vão reagir a essa movimentação, pois o jogo político é sempre cheio de surpresas.
Articulação política do governo
O movimento não é exatamente uma retaliação contra o Congresso ou os partidos do centrão em si, mas sim uma reorganização estratégica da base aliada. O governo está, de fato, mapeando os deputados que não seguiram a orientação na votação da MP 1303.
É interessante notar que a ministra Gleisi Hoffmann comunicou ao presidente da Câmara, Arthur Lira, sobre essas demissões. E o fato de o presidente da Caixa, Carlos Antonio Vieira Fernandes, ser poupado, por ser indicado por Lira e pela ausência de Lira na votação, mostra uma nuance importante nessa estratégia. Parece haver uma tentativa de manter boas relações com lideranças importantes, mesmo com as demissões ocorrendo.
E, reforçando o que já sabíamos, a ordem final partiu do próprio presidente Lula, visando construir uma base mais sólida para as eleições de 2026. Essa reorganização é vista como crucial para garantir o apoio necessário para os projetos futuros e para a campanha de reeleição.
Foto: Ton Molina/Reprodução/Getty Images Embed