O Grêmio goleou o Pelotas por 5 a 0, mas o resultado, embora elástico, não é motivo para comemoração exagerada. O adversário luta contra o rebaixamento no Campeonato Gaúcho, e a atuação do Tricolor deixou mais dúvidas do que certezas.
O começo da partida foi complicado para a equipe de Quinteros. O time teve dificuldades na criação e só conseguiu se impor após o primeiro gol, que desestabilizou um Pelotas já fragilizado. Destaques positivos foram Cuéllar, que vem se mostrando essencial no meio-campo, e Pedrinho na lateral esquerda, que pode crescer na ausência de um nome consolidado na posição.
O esquema tático do treinador ainda apresenta muitas brechas. Edenílson, jogando aberto pela ponta, não rendeu o esperado. Monsalve teve dificuldades de posicionamento, e Pavón, é reserva, bom jogador para entrar no decorrer da partida e mostrou que se sai melhor atuando pela esquerda. Já Cristaldo segue como peça-chave para a organização ofensiva, mas depende da bola chegar com qualidade, algo que só acontece com frequência com times infinitamente inferiores.
A insistência de Quinteros nos lançamentos longos dos zagueiros para os pontas pode se tornar um problema contra adversários mais qualificados. Contra equipes organizadas, como Flamengo e Corinthians, essa estratégia tende a ser anulada, evidenciando a previsibilidade do modelo de jogo atual.
Se o Grêmio quiser evoluir e disputar títulos de forma consistente, precisará ir além do chamado “renatismo” e buscar variações táticas mais eficientes. A chegada de reforços pode ser determinante para corrigir as fragilidades do elenco, mas, no momento, a equipe ainda não inspira total confiança.
Caso conquiste o octacampeonato gaúcho, será mais pela vontade e entrega dos jogadores do que pela qualidade técnica demonstrada até aqui. O torcedor espera mais do time, principalmente diante de desafios maiores ao longo da temporada.
Foto: Lucas Uebel