Vamos falar sobre militâncias?

A militância, seja ideológica-partidária ou em movimentos, traz consigo reflexões objetivas e subjetivas nas dinâmicas grupais e nas singularidades dos sujeitos envolvidos. Sempre fui militante, engajado mais no individual, numa perspectiva de esquerda e pelos direitos humanos, especificamente pela comunidade LGBT+.

Fui da tendência trotskista Liberdade e Luta, “Libelu”, que muito contribuiu para colocar o movimento estudantil nas ruas no final dos anos 70, na luta contra a ditadura militar. Fomos capa de uma Istoé, que nos relacionava com Vandré e Caetano Veloso, cujo título era “O Charme da Esquerda Adolescente”.

Fui militante histórico pela luta por liberdades sexuais e de gênero na campanha do saudoso José Carlos Oliveira: “Desobedeça”. Segui militando sem maiores engajamentos partidários, tampouco em coletivos. Um dia, ouvi que sempre que alguém lesse o que eu escrevia, eu estaria no ativismo, sobremaneira no meu romance homoerótico histórico, “O Muro do Mosteiro e Além” (e-book na Amazon).

Em 2023, idealizei a “Feira Baile da Diversidade na Brigadeiro Sampaio”, com anuência da amiga e parceira, prefeita da Praça, Marivane Anhanha Rogério, e com a garra e apoio do produtor, meu amigo Gil Cunha. Esse evento foi acolhido pelo líder da Parada de Luta, Roberto Seintenfuz. Hoje, temos um “Combo” desses eventos e de ações a eles ligadas, que me dão um lugar de direção de marketing e cultura.

A “filha” minha, da Marivane, do Gil e do padrinho Seitenfuz cresceu: tivemos espaço para divulgá-la na Parada de São Paulo, tendo como porta-vozes Cunha e Josiane Guedes. Esses agitos, por intermédio da amiga, poeta e atriz, Nora Prado, levaram-me ao encontro de Heloyse Leroy, que mora em Lilith, França. Pela iniciativa dela, acabei coordenando uma hercúlea carta ao Ministro Paulo Pimenta (Secretaria Extraordinária da Presidência da República Para a Reconstrução do Rio Grande do Sul), pedindo amparo suplementar à diversidade do estado, vitimada pela catástrofe político-ambiental.

Reunimos grandes representações num coletivo de trabalho, com Diversidade da OAB-RS, Comissão de Habitação da Câmara e dos Direitos Humanos de Porto Alegre, Conselho LGBT de Canoas, coletivos como Desobedeça e Conexão Diversidade, além da presença de Janaína Oliveira, presidente LGBT+ do PT, dentre outros parceiros e ativistas.

Então, no meio de tantas lutas e muito trabalho, fico me perguntando o que nos move, a mim e aos meus camaradas? Aprendi que na luta de classes existe uma necessidade histórica, não um imperativo moral. No ativismo de qualquer movimento, também, soma-se um grande desejo de edificar uma sociedade plural, inclusiva em tudo que se refere aos direitos individuais, sociais, coletivos e humanos, combatendo a LGBT+fobia neste país que é o que mais nos mata.

Para isso, trago a palavra de ordem que inclui na luta os simpatizantes de nossas coloridas façanhas, pois ajudam a desarticular preconceitos na família e na sociedade. Dentre eles, a Diversidade Sexual do RS, a Coordenação da Diversidade Sexual de Porto Alegre, Amigos da Praça Brigadeiro Sampaio, FESTURIS e Mythago Produções. Nossos apoiadores da Segunda Feira Baile da Diversidade, dia 25 de agosto, a partir das 14h, na Praça Brigadeiro Sampaio.

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