O Gre-Nal deste sábado, na Arena, carrega mais do que a rivalidade centenária: é o cenário ideal para que o Grêmio tente resgatar sua identidade em meio a uma temporada turbulenta. Sem treinador efetivo e sob pressão por resultados, o Tricolor aposta na transição liderada pelo interino James Freitas para iniciar um processo de reconstrução — técnico, tático e emocional.
Do outro lado, o Internacional chega como favorito com sobras. São cinco vitórias e dois empates nos últimos sete clássicos, um retrospecto que reflete a superioridade recente no duelo. Embalado, o Colorado mantém uma base consolidada e um estilo de jogo bem definido, enquanto o Grêmio lida com instabilidades defensivas, problemas na criação e um elenco ainda em busca de encaixe.
Freitas sinaliza mudanças importantes: a adoção de um 4-4-2 com meio-campo mais robusto, Marlon, Dodi e Monsalve devem aparecer no time titular, além dos ajustes na linha defensiva e maior disciplina tática. A proposta é tornar a equipe mais equilibrada e menos vulnerável, ainda que longe de uma solução definitiva. A curto prazo, o objetivo principal não é performar em alto nível, mas sim restabelecer competitividade e confiança.
Em momentos como este, o Gre-Nal transcende a tabela. Para o Grêmio, pode ser o primeiro passo rumo a uma nova fase — e poucas ocasiões oferecem uma oportunidade tão simbólica quanto um clássico. Mesmo diante de um adversário mais preparado, reencontrar o espírito de equipe e apresentar um modelo coerente já seria uma vitória relevante.
Foto: Lucas Uebel/Grêmio