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Um 1º de Maio Diferente

Para quem me acompanha semanalmente, deve ter estranhado a ausência de publicação na semana passada, pois bem , explico que com a proximidade do 1ºde Maio e muitas novidades acontencendo no País, pensei ser prudente para publicar algo de novo para a reflexão do Leitor.

A tão importante data de Maio tem explicação que muitos desconhecem, sendo internacionalmente comemorada pelos avanços na polítca de relações com o trabalhador , tudo teve o início nos Estados Unidos, durante o congresso de 1884 os sindicatos estabeleceram o prazo de dois anos para conseguir impor aos empregadores a limitação da jornada de trabalho para oito horas. Eles iniciaram a campanha em 1 de maio, quando muitas empresas começavam o seu ano contábil, os contratos de trabalho terminavam e os trabalhadores buscavam outros empregos. Estimulada pelos anarquistas a adesão à greve geral de 1 de maio de 1886 foi ampla,envolvendo cerca de 340 000 trabalhadores em todo o país. Tal greve atingiu várias empresas, existindo confrontos com morte de trabalhadores e policiais.Em consequência desses eventos, os sindicalistas anarquista Albert Parsons, Adolph Fisher, George Engel, August Spies e Louis Lingg foram condenados à forca, apesar da inexistência de provas. Louis Lingg cometeu suicídio na prisão, ingerindo uma cápsula explosiva. Os outros quatro foram enforcados em 11 de novembro de 1887 o dia que ficou conhecido como Black Friday. Três outros foram condenados a prisão perpétua. Em 1893 eles foram inocentados e reabilitados pelo governador de Ilinois, que confirmou ter sido o chefe da polícia quem organizara tudo, inclusive encomendando o atentado para justificar a repressão que viria a seguir.

Por ironia geralmente temos confrontos e manifestações nada pacíficas em tal data, que parecer estar fadada a inglória ao invés de festejar conquistas do trabalhador, basta observar a França que desde o 1º de Maio de 1891, tem se notícia de manifestações violentas, sendo esta especificadamente dispersada pela polícia, resultando a morte de dez manifestantes. Esse novo drama serviu para reforçar o significado da data como um dia de luta dos trabalhadores. Meses depois, a Internacional Socialista de Bruxelas proclamou a data como dia internacional de reivindicação de condições laborais.

Quanto a nós, o dia 1º de maio foi declarado feriado pelo presidente Artur Bernardes, em 1925, aqui o fato curioso é que este presidente um ano antes em julho de 1924 em São Paulo bombardeou os bairros operários como Móoca, Bom Retiro e Brás, com o o saldo final de 5 mil feridos e 720 mortos.

Guardamos em nossa memorória a Era Vargas ( 1930/45) , que foi considerado o Pai dos Trabalhadores, onde certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris eram bastante comuns, embora não constituísse um grupo político muito forte, dada a incipiente industrialização do país. O movimento operário caracterizou-se, em um primeiro momento, teve influências do anarquismo e mais tarde, do comunismo, mas com a chegada de Vargas ao poder, essas influências foram gradativamente dissolvidas pelo chamado trabalhismo.

Durante um período os protestos, passeatas, piquetes e outras manifestações, foram substituídas com festas populares, desfiles e celebrações similares, pois, os antigos governos tinham de anunciar nesse dia o aumento anual do salário mínimo. Outro ponto muito importante atribuído ao dia do trabalhador foi a criação da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em 1º de maio de 1943.

Confesso que este ano durante um longo período em virtude da pandemia e as alterações que moificaram as relações trabalhistas, esperava algo diferente, e enxerguei um país de muitos trabalhadores e de igual forma empreendedores, tivemos a redução de carteiras assinadas significativas, o aumento de autônomos, perda de empresas e comércios locais e coube a nós em dia tão importante para sermos ouvidos, silenciamos tal oportunidade, para dar continuidade a uma briga sem fim e sem vencedores de Esquerda X Direita, ou DireitaX Esquerda.

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Eduardo Maluhy
Eduardo Maluhyhttps://realnews.com.br/
Advogado em Porto Alegre , Jornalista e Observador Político

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