A entrega das UPAs de Gravataí à Santa Casa foi um presentinho milionário da prefeitura ao grupo hospitalar que só tem sido santo em Porto Alegre. É o que demonstra o Tribunal de Contas do Estado (TCE) em decisão da última sexta. Depois de suspender um estranho repasse de R$ 200 mil mensais, sem justificativa, que era incluído no contrato, o conselheiro do TCE, Renato Azeredo, agora deu prazo de um mês para a Prefeitura de Gravataí explicar pagamentos de quase R$ 26 milhões não justificados nestes últimos sete meses de gestão das UPAs pela Santa Casa.
VOCÊ SABIA que o contrato da prefeitura com a Santa Casa para a gestão das UPAs prevê um “presentinho” de R$ 200 mil por mês, sem qualquer justificativa, supostamente para preservar “a boa imagem da instituição Santa Casa”. É como se Gravataí estivesse pedindo um favor ao grupo milionário ao entregar as UPAs.
VOCÊ SABIA que o contrato prevê o pagamento de 35% do valor fixos, a cada mês, sem que a Santa Casa precise justificar o que fez com o recurso, ou se cumpriu corretamente a gestão. Em 7 meses, são R$ 24 milhões sob suspeita.
VOCÊ SABIA que 65% do contrato deveriam ser pagos de acordo com o cumprimento das horas-médicas nas UPAs, mas até maio, este controle é feito só na “folhinha”. A Santa Casa descumpriu o contrato e não instalou ponto biométrico. Como ter certeza de que estão cumprindo o serviço para o qual foram contratados?
A Santa Casa foi contratada sem licitação para a gestão das UPAs, e receberá R$ 113,6 milhões até novembro. Desde 2020, a prefeitura já repassou R$ 218 milhões para o grupo hospitalar, incluindo os serviços do Dom João Becker.
Para onde foi tanto dinheiro? A população, até agora, não ganhou este presentinho da Santa Casa.