Tolo aos olhos dos homens mas não aos olhos de DEUS

Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele. Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos. Pv 26:4,5

Parece que Salomão, o autor de provérbios, estava confuso. Existe um quê de esquizofrenia neste texto, não acham? Não sei se estes dois versículos já chamaram sua atenção.

Sou sincero em dizer que se eles não tivessem sido escritos em sequência, talvez passassem despercebidos. Lembro-me da primeira vez que eles me inquietaram.

Qual é o certo afinal? Aí caiu a ficha…

O que encontro por trás desses versículos é uma verdade bíblica que me encanta e desafia. É um convite a uma vida de relacionamento com o Pai, Filho e o Espírito Santo.

O chamado primordial de Deus é de que nos relacionamos com Ele. Foi isso que Adão perdeu no jardim. Deus descia na virada do dia para ter comunhão com ele (Gn. 3.8). É uma vida de diálogo que Jesus veio resgatar. A cruz nos devolve esse acesso (Lc. 23.45).

Embora o caminho tenha sido aberto por Jesus, temos dificuldade de cultivar esse relacionamento. Gostamos da lista de regras. Apreciamos o que podemos controlar. Depois que comemos da árvore do conhecimento do bem e do mal, nos alimentamos do que faz sentido para nossa mente carnal e limitada.

O povo de Israel disse para Moisés: “…Fala tu conosco, e ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos.” Ex. 20:19

O pavor dos relâmpagos e trovões que rodeavam o monte. A santidade que revelava o pecado de forma tão explícita. Tudo isso intimidou o povo de Israel, e ainda hoje nos intimida.

Mas o que isso tem a ver com responder ou não ao tolo? Na minha experiência tem tudo a ver. É quase uma “pegadinha” do Espírito Santo, que a propósito tem muito senso de humor.

Ao lermos o primeiro versículo entendemos que quando respondemos a um tolo, nos assemelhamos a ele, certo? E porque não queremos ser tolos, então não devemos responder. No versículo seguinte, a orientação é de que devemos responder, para que ele não seja sábio aos seus próprios olhos.

Como saber qual dessas duas verdades aplicar nas circunstâncias que vivemos? A resposta é óbvia: Através do relacionamento.

O tolo sempre estará presente em nosso círculo de relacionamentos. Seja na família, na igreja, no trabalho, nos estudos, sempre haverá um tolo.

E quando o tolo somos nós? Será que Deus corre o risco de se igualar a nossa tolice quando nos responde? Ou Ele nos responde para que deixemos de ser tolos?

Qual será a matemática e lógica de Deus? Não creio que exista uma fórmula. Esse é o segredo que só o relacionamento desvenda.

Já vivi situações semelhantes em minha vida, cuja orientação da parte de Deus foi diferente. Já presenciei pessoas ao meu redor passando por situações semelhantes que fizeram escolhas e decidiram diferente de mim.

Não cabe a nós julgar. Nosso papel não é o de criar regras, por mais que elas sejam atraentes. Somos chamados a viver um relacionamento diário com o Espírito Santo. Esse relacionamento com frequência invade nossa zona de conforto.

Nesse relacionamento ele nos dirá não só quando responder ou não ao tolo (o que sinceramente nem é tão relevante assim), mas principalmente nos contará segredos e revelará estratégias únicas. Simplesmente pelo fato de que somos únicos.

Vale a pena se relacionar com Deus. Ele deseja isso, mais do que podemos imaginar ou medir.

Porque somos peculiares, Ele deseja que o busquemos em cada nova circunstância. Seu desejo é nos dar respostas igualmente peculiares. Ele ama se relacionar conosco.
Por isso sempre digo prefiro ser tolo aos olhos dos homens do que aos olhos de DEUS.

spot_img

LEIA MAIS

- Conteúdo Pago -spot_img