A situação preocupante da saúde pública em Canoas, município da Região Metropolitana de Porto Alegre, foi tema de debate nesta quarta-feira (17) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS). O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) participou da reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente e pediu medidas urgentes para evitar um colapso na rede.
O vice-presidente do Simers, Felipe Vasconcelos, destacou aos deputados os principais entraves enfrentados pelos profissionais e pela população. “Estamos procurando soluções para resolver o problema. A preocupação é com a categoria médica, mas, principalmente, com o atendimento da população”, afirmou no Plenarinho da ALRS.
Hospital Universitário reduz atendimentos
A partir desta quarta-feira (17), o Hospital Universitário (HU) de Canoas iniciou restrições aos atendimentos eletivos. Segundo o Simers, os motivos incluem:
- Dificuldades na formação de escalas;
- Ausência de diretor técnico no hospital;
- Atrasos recorrentes nos pagamentos aos médicos;
- Ambiente de trabalho inadequado, com falta ou inoperância de equipamentos e materiais.
Apesar da medida, os serviços essenciais à vida serão mantidos.
Profissionais terceirizados e precarização
Outro ponto levado pelo Simers à Assembleia foi a forma de contratação dos médicos. Hoje, o vínculo ocorre apenas por meio de terceirização ou até quarteirização, situação que, segundo a entidade, agrava a instabilidade e a insegurança no serviço de saúde.
UPAs enfrentam as mesmas dificuldades
As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Canoas também sofrem com problemas semelhantes. Em Assembleia, os médicos aprovaram a restrição nos atendimentos eletivos, que começa a valer a partir desta quinta-feira (18).
A paralisação seguirá até que todos os pagamentos atrasados aos médicos do HU e das UPAs sejam quitados, assim como melhorias nas condições de trabalho.
Foto: Divulgação/Simers