O andamento dos trabalhos no Congresso no começo deste ano está sendo afetado por uma disputa silenciosa entre o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) sobre como as medidas provisórias devem ser tramitadas.
Pacheco quer voltar ao processo anterior à pandemia, enquanto Lira deseja manter o rito sumário adotado durante a crise sanitária. O governo já propôs dois acordos, ambos sem sucesso, e Pacheco encomendou uma minuta de PEC à Mesa do Senado para regulamentar a votação dessas matérias.
Na última tentativa de acordo, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) sugeriu que o rito pré-pandemia fosse retomado em 5 de abril, mas a conversa fracassou quando Alessandro Vieira (PSDB-SE) recorreu ao STF para resolver a questão.
Pacheco reteve as medidas provisórias e não as enviou para tramitação na Câmara, o que levou os governistas a reclamarem da ociosidade dos deputados e da falta de testes para medir o tamanho da base de apoio do governo na Casa. Os aliados de Pacheco acreditam que o STF pode determinar a retomada do rito normal de tramitação das MPs, que devem passar por comissões mistas antes de serem votadas em plenário.