A Comissão Processante nº 1 da Câmara de Vereadores de Cachoeirinha decidiu, nesta segunda-feira, avançar mais uma casa no tabuleiro: marcou a oitiva do prefeito no âmbito do primeiro processo, aquele que apura fatos específicos ligados a denúncias de natureza político-administrativa.
A audiência foi agendada para 23 de dezembro de 2025, às 13h, nas dependências da Câmara, seguindo o figurino previsto no Decreto-Lei nº 201/1967 e o pacote constitucional que toda autoridade adora citar quando convém — contraditório, ampla defesa e devido processo legal.
O detalhe que muda o clima — e diz muito — é o contexto: a Comissão retoma o andamento após autorização judicial para seguir dentro de limites definidos, com a defesa regularmente intimada e, segundo o registro, com o prazo de manifestação prévia esgotado sem apresentação de resposta. Em outras palavras: a engrenagem voltou a girar, e quem tinha a caneta para se manifestar, escolheu o silêncio — ao menos por enquanto.
Para evitar o velho roteiro da “impossibilidade”, a Comissão ainda deixou aberta a alternativa: a oitiva pode ocorrer por videoconferência, caso a defesa técnica solicite. É o Legislativo, mais uma vez, fazendo o que instituições responsáveis fazem: fecha o cerco no rito, mas abre a porta da legalidade — para que amanhã ninguém tente transformar procedimento em vitimismo.
A Comissão garante que o processo segue com serenidade e responsabilidade institucional. E é aí que está a essência do momento: não é sobre discurso, é sobre conduta. Não é sobre narrativa, é sobre fatos. A Câmara está fazendo o que se espera de um Parlamento: apurar com método, registrar com formalidade e conduzir com transparência.
Dia 23, às 13h, tem data, tem hora, tem lugar — e, se houver pedido, até tem tela. Falta o essencial: resposta.



