Secretaria da Saúde do RS emite alerta sobre Mpox e reforça medidas de prevenção para a população

A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul emitiu recentemente um alerta epidemiológico com o objetivo de informar e orientar tanto os profissionais de saúde quanto a população em geral sobre a Mpox, doença causada pelo vírus mpox. Desde o início de 2024, o estado já registrou cinco casos confirmados da doença, distribuídos entre Porto Alegre, Gravataí e Passo Fundo. Esses casos ocorreram em janeiro, fevereiro e agosto, mas em nenhum deles foi identificado o vírus da nova variante, que recentemente levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.

Objetivo do Alerta Epidemiológico

O alerta emitido pelo governo do Rio Grande do Sul na segunda-feira visa principalmente a detecção de casos suspeitos e a análise do perfil genotípico das amostras coletadas. Esta medida é crucial para a identificação precoce de possíveis novas variantes do vírus no estado, permitindo uma resposta rápida e eficaz em termos de controle e promoção da saúde pública.

O que é a Mpox?

A Mpox é uma doença zoonótica viral causada pelo mpox vírus (MPXV), pertencente ao gênero Orthopoxvirus e à família Poxviridae. Essa doença é caracterizada por dois clados genéticos principais: clado 1 e clado 2. Embora esses clados compartilhem semelhanças, eles não são geneticamente idênticos, o que implica em variações na forma de transmissão e nos sintomas da doença.

Histórico e Contexto da Mpox

Identificada pela primeira vez em humanos em 1970, na República Democrática do Congo, a Mpox continua a ser endêmica em algumas regiões da África. Contudo, surtos recentes fora do continente africano têm gerado preocupação global, especialmente com a possibilidade de novas variantes mais contagiosas.

Sintomas e Diagnóstico

Os sintomas mais comuns da Mpox incluem erupções cutâneas ou lesões na pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dor de cabeça, dores musculares, calafrios e sensação de fraqueza. O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contato inicial com o vírus e o aparecimento dos primeiros sintomas, varia de 3 a 16 dias, podendo se estender até 21 dias em alguns casos.

As erupções cutâneas, que muitas vezes aparecem entre um a três dias após o início da febre, são um dos sinais mais característicos da Mpox. É importante notar que a pessoa infectada deixa de transmitir o vírus quando as crostas das lesões desaparecem. Portanto, o monitoramento e o diagnóstico precoce são essenciais para evitar a disseminação do vírus.

Transmissão da Mpox

A transmissão da Mpox ocorre principalmente por meio de contato direto com uma pessoa infectada, seja através da pele, secreções ou contato próximo prolongado com gotículas respiratórias. Objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama e utensílios, também podem ser veículos de transmissão, o que reforça a importância de medidas rigorosas de higiene e isolamento em casos suspeitos.

Prevenção e Controle

A prevenção é a estratégia mais eficaz contra a Mpox. Para isso, é fundamental evitar o contato direto com indivíduos que apresentem sintomas suspeitos ou confirmação da doença. Aqueles que suspeitam estar infectados devem seguir rigorosamente o isolamento, evitar compartilhar objetos pessoais e procurar imediatamente uma unidade de saúde para avaliação.

Vacinação contra a Mpox no Brasil

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) começou a oferecer a vacinação contra a Mpox em 2023, priorizando grupos com maior risco de desenvolver formas graves da doença. A vacinação pré-exposição é recomendada para pessoas vivendo com HIV/Aids, especialmente homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais, além de profissionais de laboratórios que trabalham diretamente com o Orthopoxvírus.

Adicionalmente, a vacinação pós-exposição é indicada para indivíduos que tiveram contato direto com fluidos ou secreções de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para Mpox. Nesses casos, a exposição deve ser avaliada como de alto ou médio risco pelas autoridades de saúde locais.

A Importância da Vigilância Epidemiológica

A vigilância epidemiológica desempenha um papel vital na resposta a surtos como o da Mpox. Ela não só facilita a identificação precoce de casos suspeitos, mas também permite o monitoramento contínuo da disseminação do vírus e a eficácia das medidas de controle implementadas. A colaboração entre as autoridades de saúde e a população é essencial para o sucesso dessas estratégias.

 

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