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Se parece um jacaré, age como um jacaré, e morde como um jacaré… é o quê?

Por mais que tente parecer vítima de um complô político, o prefeito Cristian de Cachoeirinha está cavando a própria cova com uma pá cheia de arrogância, despreparo e desespero. O que antes parecia uma crise administrativa se tornou uma novela de escândalos, com roteiro digno de série policial.

A Câmara de Vereadores, por outro lado, vem atuando com firmeza institucional, apesar dos ataques sorrateiros vindos do Executivo. É bom que se diga: a Câmara não é oposição — é um antídoto. Antídoto contra um governo que tenta a todo custo calar, comprar e confundir. Um governo onde o prefeito e o vice dançam a valsa do desgoverno enquanto a cidade arde em lama moral.

O mais recente capítulo dessa história traz o Judiciário reafirmando o direito de defesa do vice-prefeito João Paulo Martins, mas em momento algum suspendendo ou questionando a legalidade da Comissão Processante. Ao contrário: reconhece que o processo segue seu curso normalmente. Então, se havia alguma tentativa do Executivo de pintar isso como uma vitória — errou feio, errou rude. Isso é só mais um passo na direção da verdade, e a verdade é incômoda para quem não tem como explicar cargos oferecidos a vereadores em troca de impunidade.

Cristian precisa de 12 votos para cair. E vai cair.

A matemática política é simples. São 21 vereadores. Cristian precisa que pelo menos 10 estejam ao seu lado. Mas os bastidores revelam um cenário onde a cada manobra do prefeito, um voto se esvai. A paciência também. E mais que isso: a cidade quer respostas, não desculpas.

As acusações não são delírios oposicionistas: envolvem tentativas de interferência no Legislativo, assédio político e oferecimento de cargos como moeda de troca. Isso não é política — é chantagem de almanaque, daquelas que terminam em páginas policiais.

A cidade está farta. O funcionalismo está desmotivado. A população, abandonada. E a imagem institucional da Prefeitura afunda num mar de notas oficiais mal redigidas, tentativas de intimidação e um discurso de vítima que já não cola nem entre os aliados mais cínicos.

Como dizia Leonel Brizola — e com razão:

“Se tem rabo de jacaré, perna de jacaré, olho de jacaré… como é que não é jacaré?”

Cachoeirinha precisa de limpeza. Não é apenas uma cassação — é um processo de assepsia institucional. A Câmara está no rumo certo. O Judiciário acompanha. E a população começa a entender que não se governa na base da pressão e da promessa de carguinhos.

O tempo de Cristian na cadeira de prefeito está contado. E o relógio não perdoa.

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Wagner Andrade
Wagner Andradehttps://realnews.com.br/
Eu falo o que não querem ouvir. Política, futebol e intensidade. Se é pra sentir, segue. Se é pra fugir, cala.
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