A nova temporada de Round 6 voltou, desta vez ambientada em outro país. A série segue a mesma linha da última temporada, porém com um ritmo mais intenso, jogos mais elaborados e mortes ainda mais realistas. Apesar disso, alguns elementos deixaram a experiência cansativa — especialmente os comentários excessivos antes e durante as provas, que quebram o suspense e tiram o foco da ação.
Nesta edição, alguns participantes entraram com familiares, enquanto outros jogam sozinhos. No episódio 4, por exemplo, o jogador 098 é chamado para um quarto onde atende um telefone, lembrando uma dinâmica do Big Brother Brasil. A partir daí, as eliminações se tornam mais violentas e estratégicas. O 098 chega a escolher o 431 para sair do jogo, dentro de uma votação em que os próprios competidores decidem quem morre, sempre justificando suas escolhas — uma crítica clara à manipulação e ao egoísmo humano.
A série parece querer mostrar o lado mais sombrio das relações familiares, evidenciando que o dinheiro pode ser um motivo suficiente para destruir laços e até justificar a morte de inocentes. À medida que o jogo avança, as alianças se formam entre aqueles que não têm familiares no grupo, mas a confiança é sempre colocada à prova.
Os participantes se manipulam mutuamente, muitas vezes até traindo os próprios parentes, acreditando que a fortuna vale qualquer sacrifício. Há momentos em que a morte de um colega é celebrada como uma oportunidade de enriquecimento, o que reforça a crítica social já presente na primeira temporada.
Os novos jogos exigem mais interação e trabalho em equipe, o que acaba gerando tensão e nervosismo entre os competidores. Qualquer detalhe se torna motivo para colocar um jogador contra o outro.
Um ponto fraco, porém, é a falta de clareza sobre o processo de seleção dos participantes. A série não explica quais foram os critérios usados nem se há outros interesses por trás das mortes — como, por exemplo, o tráfico de órgãos, teoria levantada por muitos fãs.
Mesmo com esses deslizes, Round 6 continua sendo uma produção impactante, que mistura crítica social, violência e psicologia humana de um jeito que prende o espectador — ainda que, às vezes, o cansaço e a repetição pesem mais do que o impacto desejado.



