Renato Portaluppi: uma necessidade de tratamento

Tudo na vida tem um limite, e parece que o do técnico Renato Portaluppi pode ter sido ultrapassado. Não me refiro à sua paciência, mas sim às atitudes que têm reflexo no campo e na torcida mais fanática que o idolatra.

Renato sempre será um ídolo; sua história no Grêmio é inegável. Ele é gigante e possui uma das maiores trajetórias dentro do clube, porém, tudo tem um limite.

A psicologia nos ensina que todo excesso esconde uma falta. O corpo reflete o que se passa internamente, seja relacionado a problemas de saúde física, emocional, ou apenas uma tentativa de preencher um vazio. O que estará escondido por trás dos excessos do técnico Renato Portaluppi?

No fundo, parece que sua intenção não é tanto convencer os outros, mas persuadir a si mesmo de que o que ele está dizendo é verdade.

Renato tem demonstrado excesso de atitudes questionáveis no Grêmio. Desde o ano passado, tomou atitudes que nunca tinha tomado antes, inclusive pedindo desculpas à torcida. O pedido de desculpas foi honroso, e por um momento até pensei que ele estivesse mudando, afinal, como pessoa, Renato é humilde. Ele trata bem os fãs, atende a todos quando pode.

Mas não estou falando aqui da pessoa Renato, que tem toda a minha admiração pelo ser humano que é. Sou obrigado a falar das questões profissionais que o envolvem.

Renato talvez tenha se perdido em seu personagem, misturando as coisas e esteja carente de atenção. Ninguém é de ferro, mas convenhamos, as críticas que ele recebe não são nem de perto pesadas ou injustas.

Toda a imprensa, inclusive os identificados (alguns que não podem criticar por causa do patrocínio da Esporte da Sorte), não conseguem falar de futebol com Renato nas coletivas, pois ele desvia o foco, cria uma narrativa e consegue esconder suas limitações como técnico.

Nós da imprensa não criamos crises, Renato as cria e faz com que todos os veículos de comunicação passem a semana falando apenas do fato que ele criou. Nisso, ele é um gênio, talvez esteja na profissão errada.

Renato tenta ser duro com a mídia, mas só consegue criar crise no Grêmio. Seu excesso resulta apenas em crise para o clube, não afetando a imprensa. Tem torcedor que acha que nós nos importamos com o que pensam quando criticamos Renato, pelo menos eu não me importo. Falo o que quero e o que precisa ser dito, não o que querem que eu fale.

No entanto, o técnico esconde uma falta, e essa falta só poderá ser curada com tratamento psicológico. Talvez medicações, repouso, novos ares; somente um profissional da área poderá dizer o que Renato precisa.

Quanto à direção, deve pensar em um plano B e começar a olhar o mercado de treinadores, seja no Brasil ou em Portugal. Se Renato perder o Gauchão e não avançar na Libertadores, o ídolo da torcida pode pedir para sair para não correr o risco de ser rebaixado no Brasileirão, como ocorreu em 2021, quando ele abandonou o barco para evitar a vergonha. Diga-se de passagem, fez o mesmo ao não ir para Ijuí depois de levar um sufoco na Arena do São Luiz, com medo de ser derrotado lá e ficar mal com a torcida. Ele quis punir a FGF, mas acabou punindo a torcida com a ausência de um título. Renato teve medo e não quis passar por essa vergonha. Com isso, ele fica na obrigação de conquistar algo em 2024 para o Grêmio; do contrário, a torcida começará a abrir os olhos e tratá-lo apenas como ídolo, não como treinador.

 

Foto: Lucas Uebel

 

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Wagner Andrade
Wagner Andradehttps://realnews.com.br/
Jornalista e CEO da Real News

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