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Quem é Renan Santos?

As últimas pesquisas de intenção de voto para à Presidência da República trouxeram um daqueles momentos raros: Um certo Renan Santos – e sim, você provavelmente nunca ouviu falar dele – apareceu na pesquisa Realtime Bigdata com 2%. Foi o suficiente para empatar tecnicamente com Romeu Zema, governador de Minas e um dos supostos ‘herdeiros naturais’ do espólio bolsonarista. Pois é: o azarão do partido Missão (ainda em fase de homologação no TSE) pode atrapalhar um jogo que já encaminhava para a sua deliberação.

Renan não é um novato qualquer. Coordenador do MBL, ele sobreviveu à fogueira do cancelamento e escolheu remar contra a maré desde 2019, quando o movimento rompeu com o Bolsonarismo logo nos primeiros meses de governo. Enquanto boa parte da direita se ajoelhava em fila para disputar quem oferecia a melhor oferenda ao mito, Renan preferiu pagar o preço da impopularidade imediata para, quem sabe, colher frutos no longo prazo.

A estratégia? Construir um exército próprio. Sem se ancorar em Bolsonaro, sem viver de migalhas de caciques, sem virar satélite de projeto personalista. Algo raro num país em que partidos políticos funcionam mais como cartéis de aluguel do que como instituições sérias. Renan, nesse ponto, está certo: se é pra fundar um partido, que não seja mais um puxadinho de coronel ou ex-presidente ressentido.
Em suas aparições públicas, Renan faz questão de chutar os ídolos de pés de barro da política brasileira: os dinossauros de sobrenomes herdados, os “líderes” que se perpetuam sem nunca apresentar uma proposta decente. Seu discurso soa como um projeto irredutível, que não coloca fita na boca para agradar o eleitorado médio, e que não paralisa a pauta da oposição em nome de bajulação ao Capitão. Renan Santos não faz questão de sair na foto.

Numa política movida a vaidade e cultos de personalidade, ele aparece como um corpo estranho. Não tem sobrenome de pedigree, não se escora em mitos e ainda assim figura entre os presidenciáveis.

O maior papel e contribuição de Renan Santos nessas eleições será jogar luz sobre a falência das lideranças tradicionais da direita e obrigar uma geração inteira a se perguntar se vale a pena seguir ajoelhada cultuando os mesmos nomes e projetos há 30 anos.

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