O Brasil ganhou um novo marco em sua política. Chegou a vez da nação brasileira apresentar Luana Rolin como a primeira vereadora portadora de síndrome de Down. Assim, em decorrência do afastamento temporário do vereador eleito para cargo, Luana atuará como membro da câmara municipal de Santo Ângelo – RS. Em uma rede social, o vereador afastado, Nivaldo Langer de Moura, titular da bancada dos Progressistas, afirmou que “por conta de um cálculo renal não pode participar da atividade de vereança, e então a Luana tomou posse”.
Durante a sessão, a jovem foi participativa. Ela se pronunciou sobre as matérias votadas e, ao final, discursou sobre o Dia Internacional da síndrome de Down, celebrado no dia 21 de março, ou seja, no último domingo. “Pretendo lutar pela inclusão, pela acessibilidade para todos. Eu quero ser uma representante de todos os jovens com síndrome de Down, entre outras deficiências”, disse ela.
Luana ficou muito emocionada com a posse. “Vou mostrar trabalho, dedicação e muito esforço. Estou muito grata aos meus pais, meus eleitores e amigos. Para chegar até aqui, foi uma longa caminhada. Missão cumprida”, disse. Com 26 anos ela teve 633 votos e ficou como primeira suplente, concorrendo pela primeira vez em 2020. “O meu interesse político é desde criança, de seguir a carreira do meu pai”, concluiu.
Luana Rolim sempre estudou em escolas regulares e tem graduação em fisioterapia pela CNEC. As bandeiras defendidas pela atual vereadora são a aplicação da Lei Brasileira de Inclusão e das Tecnologias Assistivas, a inclusão da Língua Brasileira de Sinais nas escolas e a formação continuada para professores, objetivos também da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down e suas filiadas.
LUANA FISIOTERAPEUTA
“Escolhi a fisioterapia porque amo as crianças e idosos, me identifico muito com cadeirantes, pessoas com síndromes, autistas e percebo que tenho a missão de tratar a saúde de todas as pessoas de uma maneira global”, disse Luana, que se formou em fisioterapia pela Faculdade CNEC Santo Ângelo-RS.
Ao contar sobre os seus planos e a relação com seus pacientes, Luana revela que mantém um diálogo específico e coerente com a família das pessoas, instaurar uma comunicação sem tabus e na hora fazer um diagnóstico ou propor um tratamento. “Não tenho nenhum preconceito de falar”.
“Meu trabalho de conclusão de curso focou no tratamento dos meus pacientes” afirmou Luana ao explicar como foi seu TCC. Ela se aprofundou na teoria e prática da “Gameterapia” aplicada na área da fisioterapia. O tema do TCC foi considerado inovador: “O tratamento de gameterapia nas pessoas com paralisia cerebral”.
De acordo com a fisioterapeuta, as pessoas com dificuldade de locomoção também precisam realizar mudanças de paradigmas mentais. Ela considera fundamental aliar o treinamento cerebral com ferramentas como os games. Entende que os pacientes demonstram limitações impostas pelo medo. “Um cadeirante, por exemplo, pode sentir medo de caminhar”, no seu entendimento é possível aliar o treinamento cerebral através dos games para potencializar o processo das terapias físicas.