A implementação da primeira fase do tão aguardado Drex, a moeda digital que está sendo desenvolvida para equivaler ao real, sofreu um adiamento significativo. De acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (21) por Fabio Araujo, coordenador da iniciativa no Banco Central (BC), o lançamento inicial do Drex foi postergado para maio do próximo ano. O adiamento é atribuído à demora na adesão de participantes ao projeto e a desafios relacionados à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Esse atraso representa uma extensão de três meses em relação ao cronograma original, que inicialmente previa a conclusão da fase de testes para fevereiro de 2024. Conforme o plano original, a etapa final dos testes incluiria negociações simuladas com títulos públicos, programada para ocorrer em fevereiro. No entanto, devido ao adiamento, essa fase agora está agendada para maio.
“A execução do cronograma está enfrentando algumas dificuldades, está ocorrendo de forma mais lenta do que o planejado para integrar os participantes na rede do Drex”, explicou Araujo durante a transmissão semanal ao vivo do BC no YouTube.
O coordenador também apontou que a garantia da privacidade dos usuários tem se apresentado como um “grande desafio” no desenvolvimento dessa solução tecnológica.
Apesar dos contratempos na fase de testes, Araujo reafirmou a expectativa de que a população brasileira terá acesso ao Drex até o final de 2024 ou início de 2025.
Conforme detalhado pelo Banco Central, cada letra presente na nomenclatura do real digital tem um significado representativo da ferramenta: o “D” para digital, o “R” para real, o “E” para eletrônico, e o “X”, além de evocar modernidade e conexão, também faz referência à última letra do Pix, o sistema de transferência instantânea criado em 2020.
Drex: A Moeda Digital Brasileira com Benefícios Práticos
O Drex, quando totalmente implementado, será a versão digital do real brasileiro (R$). Enquanto as transações com dinheiro físico já são refletidas em saldos de contas correntes, por exemplo, o Drex traz consigo um diferencial prático notável: a redução de custos e complexidades nas interações entre consumidores e empresas.
O Banco Central assumirá a responsabilidade de fornecer a infraestrutura essencial para que as operações de compra ou venda, como aquelas envolvendo imóveis ou veículos, sejam registradas por meio do Real Digital. Isso resultará em um processo automático, minimizando a necessidade de intermediários.
Nesse contexto, discussões sobre a obrigatoriedade de o consumidor antecipar o pagamento antes de adquirir um bem, ou de o vendedor transferir os documentos antes de receber o montante, seriam coisa do passado. Todo o procedimento será executado instantaneamente, agilizando o fluxo de transações e simplificando as relações comerciais.



