Mais um escândalo envolvendo a saúde no Brasil. Se não bastasse todos os problemas em que o país se encontra, a Cruz Vermelha agora é alvo de investigação. Após ser afastado, o ex presidente da Cruz Vermelha RS, resolveu expor o que estava acontecendo e um processo foi aberto.
O ex presidente da Cruz Vermelha RS denúncia diversos crimes que supostamente a entidade cometeu, como:
1- PECULATO – artigo 312, do Código Penal;
2- ESTELIONATO – artigo 171, do Código Penal;
3- FALSIFICAÇÃO DE SELO OU SINAL PÚBLICO – ART. 296 § 1º II, do Código
penal;
4- FALSIDADE IDEOLÓGICA – artigo 299, do Código Penal;
5- CORRUPÇÃO ATIVA – artigo 317, do Código Penal;
6- CORRUPÇÃO PASSIVA – artigo 333, do Código Penal;
7- APROPRIAÇÃO INDÉBITA – artigo 168, do Código Penal;
8- ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA – artigo 288, do Código Penal;
9- CRIMES CIBERNÉTICOS – artigo 313-B, do Código Penal;
10- CRIME DE OBSTRUÇÃO DA JUSTIÇA – Lei 12.850/2013;
11- FRAUDE PROCESSUAL – art. 347, do C.P.
12- APLICAÇÃO DA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – Lei
8.429/1992.
O processo trata de diversas situações com suspeitas de crimes graves envolvendo a CRUZ
VERMELHA BRASILEIRA – ÓRGÃO CENTRAL e a CRUZ VERMELHA BRASILEIRA
FILIAL RIO GRANDE DO SUL, em tudo semelhante a reconhecida OPERAÇÃO
CALVÁRIO, desencadeada pelo Ministério Público dos Estados do Rio de
Janeiro e da Paraíba em 2018.
Conforme o ex presidente Milton Pithan, existem graves suspeitas de casos de corrupção ativa e passiva, associação criminosa, estelionato, falsidade documental, dentre outros
ilícitos. Após ter sido feita uma auditoria, e o mesmo ter sido afastado por ter contratado um escritório, em apertada síntese pode-se afirmar preliminarmente que a Auditoria
Jurídica identificou, dentre outras situações:
I – 3.246 lançamentos com transferências bancárias, sem que
seja identificado o beneficiário da transferência de valores (não se sabe quais são as contas de destino destes valores);
II – Pagamentos de inúmeros fornecedores que NÃO possuem
contrato com a CVBRS;
III – No Balancete de novembro 2020 consta saldo da conta de
adiantamentos à fornecedores de R$ 942.306,44. Conferindo
com a conciliação contábil da conta, chegou a um valor de R$
809.666,43 ficando uma diferença de R$ 132.640,01;
IV – Há fornecedores que trabalham SEM RECEBER;
V – Na Contabilidade, no Razão mostra que em 2019 a Conta
Fornecedores de Serviços encerrou o ano com o saldo de R$
52 milhões de reais a serem pagos. No período de janeiro a
novembro/2020, não houve nenhum lançamento de
pagamentos, sendo que houve lançamentos de fornecedores
apenas em novembro/2020;
VI – No balancete de novembro/2020 consta que nas contas
bancárias do Hospital Estadual Roberto Chabo havia saldo POSITIVO DE R$ 155.978.886,80 e que por coincidência nas contas bancárias do Hospital Estadual Lagos havia saldo
NEGATIVO DE R$ 155.978.885,81. Além da coincidência de
valores e a diferença simbólica de R$ 1,00;
VII – Existe nas peças que instruem esta representação Carta
de Representação de Gerência, que mostra a existência de R$
17.466,263,00, que supostamente seria de provisões par
contingências, que ninguém sabe a onde esta depositado;
VIII – A auditoria descobriu pagamento de folhas de
pagamentos duplicada em vários períodos sem que os valores
fossem ressarcidos à instituição;
IX – Inúmeros saques diários das contas da CVBRS, feitos por
cartões corporativos nos valores R$200,00, R$ 1.000,00 ou R$
2.000,00;
X – a existência de funcionários “fantasmas” nos hospitais
administrados pela CVBRS no Estado do Rio de Janeiro
Após dois meses de auditoria Equipe de Auditoria Jurídica, foi constatado a existência de indícios de desvio e irregularidades da ordem R$ 225.577.789,01 (duzentos e vinte e
cinco milhões, quinhentos e setenta e sete mil setecentos e oitenta e nove
reais e um centavo). Após dois meses de trabalho, após ser constatado isso a Equipe de Auditoria Jurídica foi obstada de trabalhar e afastado manu militari (com uso de força militar)
A pergunta que fica é: Por qual motivo a Equipe de Auditoria Jurídica teve quer ser afastada com uso de força militar? Existe algo na Cruz Vermelha que a população não deva saber? Qual seria o medo da conclusão do relatório final da auditoria? São algumas perguntas que a população pode começar a fazer e talvez alguém da Cruz Vermelha responder, afinal o espaço é democrático.