Crédito Imagem: Ricardo Duarte / Sport Club Internacional
O Jogo
A postura de início lembrou os outros GreNais. O Inter ficava com a bola (também por estratégia gremista), mas não tinha objetividade. Aquela troca de passes entre zagueiros, laterais, volantes e goleiro persiste em continuar sem solução. O Grêmio era mais incisivo acelerava o jogo quando podia e criava algumas situações. Já o colorado adiantava suas linhas, mas sem nenhuma inspiração para criar jogadas. Patrick tentava “arrastar” pelo lado esquerdo, mas oscilando entre acertos e erros pouco criou. Edenilson (um pouco mais participativo) e Boschilia muito burocráticos, com muitos passes laterais e sem infiltrar ou penetrar na área adversária. Sem aproximação, Galhardo e Abel ficavam muito sozinhos e acabavam sempre recebendo bolas longas. A saída de bola segue lenta, mas muito também pela pouca movimentação dos meias para receber os passes verticais. O Inter hoje é um time previsível. Em uma jogada, Cuesta acertou um lançamento para Heitor, que dava amplitude e profundidade como um ponta, lembrando uma movimentação que dava certo pré pandemia. O ataque resultou em finalização perigosa do lateral. Foi a única construção ofensiva colorada. O time sofre coletivamente para criar, dependendo quase sempre de uma ação individual. Algo que, nitidamente, melhorou com a entrada de D’Alessandro. Em poucos minutos em campo, D’Ale encontrou um passe de gol para Galhardo que poderia ter marcado. O gringo não é intenso nos seus movimentos, mas sabe perfeitamente dar velocidade a bola. Nesse momento, entendemos que é uma peça que deveria ser muito mais utilizada, devendo inclusive começar algumas partidas, também pela ineficiência dos meias que estão atuando. Embora tenhamos tomado um gol em uma movimentação já conhecida, em relação a defesa nosso jogo coletivo melhorou. Time um pouco mais atento, mais compacto e, principalmente, realizando um pós perda mais agressivo. Ainda sentimos falta daquela marcação alta agressiva que quando retomamos a bola gera situações de gol. Fica novamente um gosto amargo, pois o Grêmio é um time perfeitamente batível, não há mais espaços para insistência com jogadores como Musto e Pottker.
Crédito Imagem: Ricardo Duarte / Sport Club Internacional
Ação ofensiva
O Inter não evolui. Jogo após jogo fica clara a dificuldade pra atacar. A saída de 3 com a descida do volante já não dá resultado algum. O volante desce os laterais não sobem e ficamos com uma linha de 5 atrás trocando passes improdutivos. Os meias não movimentam-se para receber a bola, aceitam passivamente a marcação e o jogo do Inter não flui, não acontece. O bloco consegue colocar-se no campo ofensivo, mas de nada adianta, se não há construção. Não há aproximação, nem ultrapassagem, muito menos infiltrações. O Inter é um time estático. Galhardo e Abel de costas passariam a tarde inteira recebendo bolas longas tendo que brigar com a defesa gremista. D’Alessandro entrou e Galhardo recebeu um passe de gol, em condições de finalizar de frente. D’Ale não tem intensidade em seu jogo, mas tem qualidade para ditar o ritmo. Se for preciso, da velocidade a bola jogando em dois toques, assim como no lance em que colocou Galhardo na cara do gol. Na situação atual, não podemos desprender de um jogador com essa qualidade.
Crédito Imagem: Ricardo Duarte / Sport Club Internacional
Ação defensiva
A marcação coletiva com bloco baixo melhorou um pouco em relação ao próprio Inter. Moledo passa mais segurança e o time esteve mais compacto e atento, embora tenhamos tomado um gol em uma jogada já muito conhecida do Grêmio. Mas ainda falta aquela pressão agressiva com bloco alto que era capaz de roubar muitas bolas no campo adversário e gerar situações de ataque. A transição defensiva esteve um pouco melhor, não ainda como já foi pré pandemia, mas quando perdíamos a posse, claramente, o Inter não tentava recompor de imediato, fazia um pós perda forte, pressionando, tentando já retomar a bola ou evitar o contra ataque gremista.
Ficha técnica
Grêmio 1×1 Internacional
Arena do Grêmio
Gols: Pepê (G) 8’/2° tempo , Thiago Galhardo (I) 30’/2° tempo.
Cartões amarelos: Cuesta (I), Cortez (G).
Cartões vermelhos: Musto (I), Cortez (G).
Grêmio: Vanderlei: Orejuela, Paulo Miranda, David Braz, Cortez; Lucas Silva (Diogo Barbosa, 43’/2° tempo), Matheus Henrique, Darlan (Luiz Fernando, 29’/2° tempo), Alisson (Robinho 15’/2° tempo), Pepê; Diego Souza (Guilherme Azevedo, 43’/2° tempo). Técnico: Renato Portaluppi.
Internacional: Marcelo Lomba; Heitor, Rodrigo Moledo, Victor Cuesta, Uendel; Musto, Edenilson, Boschilia (D’Alessandro, 16’/2° tempo, Patrick; Thiago Galhardo, Abel Hernández, (William Pottker, 16’/2° tempo). Técnico: Eduardo Coudet.