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Patrícia Alba: desconhecimento, hipocrisia ou puro oportunismo político?

Em um movimento tão previsível quanto questionável, a deputada estadual Patrícia Alba (MDB) decidiu subir no palanque — de novo — usando a educação de Gravataí como escada para seus objetivos eleitorais. Ao lado de figuras conhecidas do PT, como Everton Franco, ex-candidato a vice-prefeito em Cachoeirinha pelo Partido dos Trabalhadores, Patrícia encena uma preocupação com os repasses às entidades conveniadas que, na prática, nada tem de técnica ou legal: é pura manobra política.

O mais curioso — ou trágico — é que a parlamentar finge desconhecer o básico: o Decreto Municipal 16.456/2017, assinado pelo seu próprio marido, o ex-prefeito Marco Alba. O documento determina que os pagamentos sejam realizados até o 20º dia útil do mês subsequente à prestação dos serviços. Isso mesmo. Tudo dentro da lei. Tudo feito como sempre foi feito — inclusive na gestão do seu marido.

Então a pergunta que fica é: Patrícia Alba não conhece Gravataí ou apenas não conhece o que o marido fez?

Teatro político com cenário educacional

Ao tentar transformar uma situação administrativa legal e recorrente em um escândalo fabricado, Patrícia Alba escancara sua real intenção: criar narrativa, gerar manchete fácil e manter vivo o nome “Alba” no noticiário. A “audiência pública” promovida na Assembleia Legislativa, no dia 15, sequer contou com a presença da Prefeitura de Gravataí — porque não foi convidada. Ou seja, o objetivo nunca foi ouvir todos os lados. O objetivo era gritar sozinha e gerar repercussão midiática.

É grave. É desonesto. E, acima de tudo, é uma afronta à inteligência do eleitorado.

Reedição de uma velha fórmula fracassada

Patrícia Alba repete o script de 2022: alianças incoerentes com o PT, aquele mesmo partido que antes era combatido com veemência pelo grupo político dos Alba. Agora, após a derrota nas urnas em 2024, Marco Alba vê em sua esposa a última boia de salvação para continuar orbitando o poder local. A lógica? “Se não posso vencer sozinho, uno-me a quem for necessário.” Mesmo que seja o adversário de ontem. Mesmo que seja às custas da educação. Mesmo que isso custe a verdade.

Essa não é só uma jogada política. É uma tentativa desesperada de se manter relevante a qualquer custo — mesmo que para isso seja preciso atacar o que antes defenderam e contradizer documentos assinados pela própria família.

Fatos, leis e desespero político

A Prefeitura, por sua vez, emitiu nota clara e objetiva: tudo está sendo feito conforme a Lei Federal 13.019/2014, o Decreto Municipal 16.456/2017 e a Lei 14.133/2021. Os pagamentos estão em dia. Reuniões com representantes das entidades foram feitas. Nenhum repasse foi atrasado fora do prazo legal.

Mas a verdade nunca foi o foco. O foco era plantar desinformação, gerar manchete e fazer da educação um palanque de campanha antecipada. E isso é, no mínimo, imoral.

 

Se Patrícia Alba realmente conhecesse Gravataí, saberia que a população está cansada de joguinhos políticos e alianças oportunistas. Cansada de ver a cidade usada como trampolim por quem já teve chance, fracassou, e agora tenta voltar pela porta dos fundos — mascarando politicagem como “defesa da educação”.

Educação não é palco. Gravataí não é escada. E o povo não é massa de manobra.

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Wagner Andrade
Wagner Andradehttps://realnews.com.br/
Eu falo o que não querem ouvir. Política, futebol e intensidade. Se é pra sentir, segue. Se é pra fugir, cala.
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