A escola de formação de Presidentes do Grêmio está formando mais um dirigente com condições de assumir, futuramente, a cadeira principal do Conselho de Administração.
Trata-se de Paulo Caleffi, Vice-Presidente de futebol do tricolor, cargo que já formou importantes presidentes, como Fábio Koff, Paulo Odone, Cacalo, Rafael Bandeira dos Santos, José Alberto Guerreiro, Duda Kroeff e o próprio Alberto Guerra, atual Presidente do clube.
Não que o caminho e o cargo sejam pré-requisitos para isso, Romildo Bolzan é um exemplo disso, mas pela lista acima, fica evidente que um bom trabalho como Vice de Futebol credencia naturalmente o dirigente a ser um presidenciável.
O cargo, pelas suas dificuldades de execução e importância, forja o bom dirigente na prática, que aprende como lidar com as dificuldades diárias do clube. O Vice de Futebol tem que ter jogo de cintura para ser o elo entre o CA e a Comissão Técnica. Embora não tenha a palavra final, ele monta elenco com orçamentos muitas vezes escassos, descobre jogadores que se encaixem nas necessidades técnicas e financeiras, se desfaz de outros e lida com as mais diversas demandas do grupo de jogadores, comissão técnica e funcionários do futebol.
Aquele que mostra um bom serviço como vice certamente o fará no cargo maior. A torcida pensa assim. É mais que o cartão de visitas, é o feedback da competência do dirigente.
Numa nova gestão que se montou com o desafio justamente de descobrir novos talentos políticos para o clube, Caleffi é um nome assertivo de Guerra. No meio do futebol, quase ninguém o conhecia, causando desconfiança na torcida. Mas Guerra dispunha de credibilidade para a montagem de seu grupo. Assim, a dupla Paulo Caleffi e Antônio Brum assumiu o departamento mais importante do clube, com a grande missão da reconstrução de um clube ferido pelos insucessos recentes.
Seu cartão de visitas foi logo com um pacote de grandes jogadores, sendo Suárez a cereja de luxo do seu começo. Em seu primeiro momento em que precisou lidar com um conflito, enfrentou um patrocinador de chuteiras que tentava impor situações que não eram boas para o clube. Ele bateu de frente com a multinacional e venceu. Mais adiante, tratou publicamente do problema envolvendo a indisciplina do goleiro Adriel. Caleffi assumiu para si a responsabilidade, afastando o atleta titular e externando os motivos para a torcida. Mais uma vez o dirigente contou com a aprovação maciça da torcida gremista.
A última e maior de todas as suas intervenções nestes sete meses de mandato foi para acabar com uma crise que assustava a nação tricolor e incendiava as redações. Caleffi, em entrevista, desmentiu rumores de aposentadoria do ídolo Luisito e enquadrou jornalista que o confrontou na coletiva. Saiu de lá como novo ídolo, praticamente um semideus tricolor. Com sua firmeza nas palavras, estava recomposto o orgulho e confiança de milhões de torcedores.
Mas Caleffi não é somente palavras e atitudes à frente do Futebol. Caleffi tem Gestão de Pessoal. Muito bem relacionado com os departamentos estratégicos do clube, Departamento Médico, Mídias Sociais, Comunicação, entre outros, faz questão de dividir o sucesso nas redes sociais com outros funcionários, que diariamente aparecem em seus stories. Bem articulado e facilitador, não se constrange em servir de chofer do amigo Renato nas suas idas e voltas do hotel para o CT.
Por tudo isso, Antônio Caleffi goza de uma popularidade pouco vista para um dirigente de futebol. Se os nomes dos Vices Presidentes do Conselho de Administração quase não são liberados, o dele é “trending topics” nas redes. Figura presente em diversos programas de rádio, viu seu Instagram passar de 40 mil seguidores, que em comentários demonstram todo seu apoio e carinho ao dirigente.
Caleffi se tornou, em pouco tempo, quase uma instituição dentro da Instituição Grêmio, e isso o credencia, desde já, a ser o futuro Presidente Tricolor.
Foto: Lucas Uebel