Há 19 dias, o Grêmio vive a incerteza de um futuro sem o técnico Renato Portaluppi, após sua saída no dia 9 de dezembro. Embora a decisão de Renato não tenha sido uma surpresa para muitos, a direção gremista, liderada pelo presidente Alberto Guerra, demonstrou uma tentativa frustrada de manter o ídolo no cargo. Desde então, o clube se viu imerso em uma novela de especulações sobre novos treinadores e reforços, com nomes como Tite, Hernán Crespo e Pedro Caixinha sendo cogitados, mas sem sucesso. O último nome a surgir com força é do argentino naturalizado boliviano Gustavo Quinteros, que acabou de conquistar o Campeonato Argentino com o Vélez Sarsfield, a expectativa é que o Grêmio anuncie Quinteros antes da virada de ano.
O que preocupa, e muito, é o tempo que se perde enquanto o clube segue sem um comandante definitivo e sem reforços concretos para a próxima temporada. A reapresentação do elenco está marcada para o dia 8 de janeiro, e até o momento, o Grêmio não tem nem treinador oficial e muito menos contratações. Se Quinteros realmente for confirmado, ele não será o nome prioritário da direção, mas uma espécie de plano B, o que já indica certa preocupação e até desespero nos bastidores do clube.
Em um mercado de transferências já em plena atividade, o Grêmio está visivelmente atrasado em relação aos concorrentes. Para montar um time competitivo e que brigue por títulos, o clube precisa de no mínimo oito reforços, principalmente para a defesa, que perdeu a figura importante de Pedro Geromel (por aposentadoria) e Rodrigo Caio que não terá seu contrato renovado. Além disso, Walter Kannemann só retorna no meio do ano, o que deixa a zaga ainda mais fragilizada.
O cenário atual exige uma reflexão profunda. Qualquer que seja o novo treinador, ele enfrentará um trabalho de reconstrução árduo, que não se resolverá no curto prazo. E para que esse trabalho tenha êxito, o novo comandante precisará de suporte total da direção, que, ao que tudo indica, ainda está sem um plano claro. O tempo está passando e, no futebol, isso pode ser uma grande desvantagem.
Foto: Lucas Uebel/Grêmio