Em uma pausa na rotina de estudo, trabalho e pesquisas, sempre é bom dedicar um tempo para o lazer, no meu caso, quem me conhece sabe a adoração que tenho por cinema e cultura nerd, sobretudo para bons filmes épicos e de fantasia. Então com minha ótima companhia – a patroa! Fui ao cinema.
Assisti ao filme Gladiador II, com aquela expectativa positiva gerada pela crítica de uma excelente sequência do clássico dos anos 2000. Sem decepção, o filme é realmente uma sequência direta da história do general Maximus, com um roteiro digno de Ridley Scott, o filme no geral sobre circula sobre a memória do póstuma do protagonista do primeiro filme, abordando um tema muito relevante para atualidade que é a passividade de um povo diante da incompetência ou tirania de um Estado, política? Sim! A política e crítica social está no cinema, assim como o primeiro filme o roteiro aponta o que está diante de nossos olhos, contudo não conseguimos perceber o óbvio que é a submissão do conforto ocasionado por um Estado fascista mascarado de democracia, que está alicerçado no populismo, pseudo-intelectualismo e aparelhamento de uma classe média acomodada principalmente pela carreira pública ou comissionada, que vive em um mundo utópico, sem perceber a realidade da maioria, parece coincidência com nossos dias?
Na obra épica, a pressão social é sutilmente apresentada pela miséria de muitos, em periféricas regiões, ignoradas por alguns que vivem em meio ao luxo, ostentação e lazer (considerando o aspecto histórico de Roma, claro!). Em sequência, fica muito claro a correlação da devoção de membros do governo a causa do Estado, neste caso representado pelo General Acacius, um soldado que dedicou a sua vida a filosofia e crença de uma Roma de conquista e igualdade, contudo na contramão dos fatos, e usando do roteiro e ficção, o filme nos mostra a queda e descarte do herói dos cidadãos.
O ápice da crítica, fica diante de um discurso hollywoodiano, que o então protagonista faz no centro do Coliseu, apontando ao público que heróis são descartados pelo Estado quando há interesse – Seria uma coincidência com algumas realidades tupiniquim?
A grande questão de Gladiador II, demonstra um início da decadência e derrubada do maior império já existente em nossa história conhecida e divulgada, Roma ruiu devido a ganância e caprichos de seus governantes que ignoraram o conceito de Estado e sociedade e passaram a viver às custas do trabalho do povo, escravizado silenciosamente e em doses homeopáticas (…), esse povo que estava completamente distraído pelo mundialmente conhecido “pão e circo”, contudo o instinto natural do indivíduo acuado é a reação e toda reação coletiva causa turba, sem liderança e objetivo, vira barbárie – basta lembrar da Revolução Francesa (recomendo o musical Os Miseráveis), que teve a maioria dos seus heróis ceifados pela própria revolução.
Em Roma, pelo conceito do filme, a revolta da população foi motivada pelo ódio e vingança de um oprimido que chegou ao poder pelas falhas de um sistema corrompido, ironicamente, o vilão/herói que é um comerciante e exportador de escravos, o que de fato não muda muito para nossa realidade, pois mudam os métodos, mas a opressão e escravização aos mais humildes continua a mesma, afinal atualmente o trabalhador mais humilde sustenta o Estado para financiar “os grandes e nobres”, a ostentação e luxo dos membros do Estado e seus gastos babilônicos, sem ter tempo para praticamente nada, com a ilusão de projeção e liberdade plena, o filme nos apresenta esse questionamento de forma delicada, mas está ali para quem quiser ver. em 2024 nossas rotinas e cotidiano servem para alimentar a maquina cada vez mais através dos impostos criados para sustentar o luxo e lazer de poucos, isso é Roma ou Brasil? Uma democracia ou Império? Em fim, questões que cada um pode fazer.
Por fim, o filme deixa questionamentos bem pertinentes e necessários, nos expõem uma realidade temporal distante, mas que tem muita semelhança com algumas questões do mundo contemporâneo. Sem deixar de mencionar a atuação do ator Denzel Washington, digno de prêmio, sem dúvidas um dos atrativos do filme, que apresentou com maestria o personagem que é herói e vilão de fato, também seria uma coincidência com nossa história recente? Quem são nossos heróis e vilões de tempos tão difícil.
Vale a pena assistir, com calma, paciência, pipoca e boa companhia.
2025 MAIS DO MESMO?
O termo reconstrução foi o mais usado no ano de 2024 por gestores e postulantes de carreiras políticas, na cidade do Xis ou vizinhas, a pauta das enchentes sufocaram muitas urgências já conhecidas como saúde, saneamento e educação.
A saúde sobretudo sempre foi uma preocupação de todo gestor, infelizmente sempre sem solução adequada, a escolha e apresentação de alguns nomes para compor o próximo governo seja em Canoas ou cidades da região começam a gerar expectativas e algumas decepções.
Na cidade da praça do avião, a promessa de mudança e gestão propositiva torna-se cada vez mais ilusória, pois nomes já testados e conhecidos circulam pelas indicações do frágil prefeito eleito, que ao contrário do discurso de direita-Bolsonarista, repete a mesma logica dos últimos governos que todos conhecem.
As recentes manifestações de usuários do SUS e principalmente de funcionários prestadores de serviço da saúde como UPAS e hospitais tem reiterado comunicado de preocupação com um colapso na saúde de Canoas em 2025, levando em consideração que nos últimos anos já houve inúmeras crises no HNSG e HU.
O que podemos fazer é sempre esperar o melhor, assim guardamos novidades e um 2025 melhor para todos.
OBRAS E CONTRATOS
As obras no entorno da cidade estão acontecendo SIM, alguns bravos vereadores ainda estão no ritmo de trabalho e cumprem com suas atribuições de fiscalização e monitoramento dos serviços, outros somente fazem mídias e discursos ou já estão em pleno recesso.
Independente de debates políticos e preferencias, o fato é que as obras atendem o interesse da cidade, não importa o prefeito, assim é fundamental que os vereadores eleitos e a própria população fiscalize com rigor as obras. A enchentes ensinaram que todos dividimos o mesmo espaço sendo fundamental o senso de coletividade e cobrança aos gestores.
Na cidade ainda paira no ar a desconfiança sobre o prefeito eleito para 2025, em vista da tumultuada eleição do ultimo outubro, motivo que começa a parecer teorias e fakes sobre muitos assuntos. O importante é que as obras estão aceleradas ainda no mês de dezembro. O Brasil é o país das teorias.