Novo Hamburgo tem duas professoras entre os 50 finalistas de todo o País no Prêmio Educador Nota 10 da Fundação Victor Civita, ambas na categoria crianças pequenas, de 2 a 3 anos, da educação infantil. A professora Cristiele Borges dos Santos é destaque com o trabalho A voz das crianças: conexões que aproximam, desenvolvido na Escola de Educação Infantil Joaninha, do bairro Canudos; e a professora Neuza Terezinha Gessler é vencedora com o projeto Ressignificando a natureza na pandemia através da vida de Frans Krajcberg, trabalhado na Escola de Educação Infantil Beija Flor, do bairro Kephas.
Em todo o Estado, são oito finalistas. A premiação reconhece e valoriza professores e gestores escolares da educação infantil ao ensino médio de escolas públicas e privadas de todo o país. As duas hamburguenses são as únicas gaúchas que atuam na educação infantil. Para a secretária municipal de Educação, Maristela Guasselli, a premiação mais uma vez evidencia a qualidade da rede municipal de ensino. “Temos um quadro de professores muito engajados e comprometidos. Além do projeto pedagógico desenvolvido na rede, há iniciativas dos educadores que potencializam a experiência da aprendizagem de nossas crianças”, destaca, lembrando o trabalho que vem sendo realizado neste tempo de pandemia.
Maristela cita ações como o programa #Vempraescola, que traz novamente a criança e a família para o ambiente escolar, e a avaliação que apontou as principais dificuldades dos alunos a partir da pandemia. Além disso, o uso de ferramentas tecnológicas, incentivado antes mesmo da pandemia, foi intensificado, com chromebooks para professores e alunos, smartboards em salas de aula e plataformas virtuais de leitura e acompanhamento dos alunos é realidade no município, além de ampla oferta de formação aos professores.
OS PROJETOS
Quem lida diariamente com crianças pequenas sabe que desenvolver um bom trabalho inteiramente à distância, durante a pandemia, foi um desafio enorme. Mas o projeto vencedor da professora Cristiele conseguiu uma comunicação que fez sentido e foi respeitosa com a faixa etária de 2 anos na escola Joaninha, de Canudos. De março de 2020 até janeiro de 2021, sua turma acompanhou o crescimento da batata doce, o que possibilitou integrar conhecimento científico, cuidado com as plantas e registros, em especial o desenho.
Como a maioria das famílias só tinha o celular, as conversas e atividades aconteciam de forma individual, em duplas ou trios. O WhatsApp permitiu divulgar imagens e áudios, revelando que a linguagem oral das crianças deu um salto no período. O projeto destacou as especificidades da educação infantil, que envolve compreender como as crianças pensam, constroem conhecimento e se comunicam.
Já na Beija Flor, do bairro Kephas, a confecção de um diário de memórias durante a pandemia foi a maneira que a professora Neuza encontrou de aproximar escola e família. Com fotos e outros registros de experiências familiares, o livro, inspirado no artista Frans Krajcberg, foi construído com materiais reciclados, folhas secas, flores desidratadas, fitas, botões e restos de tecidos e teve objetivo de estreitar os laços entre as crianças e seus pais ou cuidadores.
Passados alguns meses, em que o ensino remoto se tornou híbrido e depois voltou a ser presencial, os ganhos foram aparecendo: as famílias passaram a valorizar a escola e as crianças, de 2 a 3 anos, foram mais escutadas, o que as fez desenvolver sua linguagem oral, registrada em vídeos pela professora. Formada em pedagogia após os 50 anos, Neuza é uma profissional entusiasmada e estudiosa que se tornou referência entre as colegas. De maneira muito apropriada, também escreve mini-histórias – relatos do que acontece na rotina da educação infantil – de sua turma.
Com informações de PMNH.