Na coluna desta semana convido ao leitor e ouvinte e tecer algumas novas convicções sobre a nossa política atual e a possível unificação de ideias que no passado tiveram os mesmos interesses mas com aspectos bem diferentes de atuação e efeitos.
Trago a corrente política de Plínio Salgado, jornalista e político que na década de 30 criou o movimento Integralista através da Ação Integralista Brasileira (AIB), partido nacionalista católico de extrema-direita com o discurso voltado para DEUS – PÁTRIA – FAMÍLIA . Neste sentido vejo o atual governo com os mesmos disseres mas em tom diferente de atuação, pois, o integralistas do passado tinham a base fascista , eram fãs de Mussolini e Hitler, mesmo não concordando com o racismo perpetuado por Hitler; no Brasil o slogan “união de todas as raças e todos os povos”, não permitia seguir a risca o que Hitler pregava, o que interessava aos integralistas era a filosofia como era aplicada com intuito de manipulação de massa.
Os atuais Conservadores, seguem a mesma linha de discurso, mas com a diferença de ter em sua política um espaço maior para o liberalismo econômico, enquanto no passado o Estado é o Centralizador.
Conhecidos como camisas-verdes (cor da camisa que usavam) os integralistas utilizavam uniformes com a letra grega sigma maiúsculo (Σ), como identificação do partido , utilizavam a saudação “ANAUÊ” com braço levantado . Marchavam pelas cidades aonde tiveram grande apoio da população com intuito de parecer um exército salvador da nação.
Entusiasmado com a possível chegada ao poder Plínio , flertou com Getúlio Vargas , a criação do Estado Novo, se afastando das teologias pregadas e mantença de marchas nacionalistas, tal atitude se deu com as derrotas da Itália e Alemanha em seus governos pós guerra, não sendo conveniente a referência inicial pregada. O Estados Unidos com poder econômico surgiu ainda de forma tímida a seu espaço no cenário mundial, o que unia em comum esses políticos era o interesse de cassar comunistas, observo que tínhamos do outro lado Luís Carlos Prestes como líder da extrema esquerda, ligado aos conceitos de Moscou que buscava ampliar suas fronteiras pelo mundo na qual o Brasil era um oásis a ser explorado com riquezas naturais e desconhecido para os brasileiros.
Traçando uma comparação com a realidade atual, buscamos um patriotismo, um fortalecimento dos conceitos conservadores e renascimento do cristianismo, num país considerado laico , tal situação não administrada com rigor poderá ter o governo sofrer entre os próprios aliados perder se num rumo de acerto com contraponto político, ou seja poderá ser refém da própria base governamentista caso não realize os acertos políticos, pois, como disse anteriormente em outra coluna publicada (Reprise Sulamericana) nossas pautas estão debaixo do tapete.
No passado Getúlio Vargas também sofreu pressão por parte dos Integralistas que nunca acharam que o presidente iria enfrentá-los, fato que assim o fez , assim como todos os outros partidos políticos opositores ao governo ou que não pactuavam consigo , e assim a AIB foi extinta após a instauração do Estado Novo, efetivado em 10 de novembro de 1937, exilando Plínio Salgado que nunca mais chegou perto do poder até concorrer com JK a presidência da República em 1955, obtendo 8% dos votos dos brasileiros pelo Partido de Representação Popular na qual fundou em 1945 .
O interessante é que o Estado Novo expurgou a esquerda comunista e a direita integralista da mesma maneira, tornando se um governo populista até o suicídio de Vargas , que não interrompeu um possível golpe udenista, tanto que Café Filho assumiu a Presidência da República e governou com um ministério conservador, mas isso é outra história e coluna .
Sobre o Autor : Advogado , Jornalista e Observador Político
Sobre : Eduardo na Política – Coluna voltada a reflexão política, definição de termos políticos e história política
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