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Não se pode recuar no RJ: Ou viveremos nós, ou viverão eles

Caro leitor, há muito tempo a vitrine do nosso país exibe a injustiça, a criminalidade e, não raramente, a submissão do Estado diante das organizações criminosas. O Rio de Janeiro, em termos práticos, é a estampa que anuncia o Brasil ao mundo. É a partir dele que se formam as primeiras impressões sobre a nossa nação.
A cada dia, as singularidades que enriquecem a nossa terra são gradualmente sufocadas pela impunidade e pela transgressão, que avançam como uma mancha pelo território brasileiro. A violência já não causa espanto; o que surpreende, hoje, é a sua ausência.
Para disfarçar o evidente retrocesso, parte da grande mídia atua como porta-voz de uma velha narrativa: a de opressores contra oprimidos. Essa estratégia busca acolher os que, em tese, são socialmente desfavorecidos e fazê-los sentir-se parte de uma causa maior. No entanto, sob o verniz da inclusão, esconde-se uma manobra de manipulação. Grupos inteiros são alistados, sem saber, a um dos lados da guerra.
Aparentemente, trata-se de uma luta por justiça. Na prática, é apenas mais uma disputa por poder. Assim como em A Revolução dos Bichos, de George Orwell, a retórica libertadora serve apenas de degrau para a dominação. E, tal como na obra, os desprivilegiados do Rio de Janeiro continuam exatamente onde sempre estiveram: à margem, usados como instrumentos e nunca como beneficiários.
Pense comigo, leitor: por que a romantização das favelas se tornou tão recorrente? A ideia de que elas são o “patrimônio dos vulneráveis” concede aos mais pobres a sensação ilusória de pertencimento. Mas, na prática, essa construção serve para blindar as organizações criminosas contra o combate policial. Os moradores, infelizmente, tornam-se escudos humanos — barreiras que dificultam o enfrentamento do tráfico.
Os líderes que se dizem representantes do povo, à primeira oportunidade, abandonam o morro para desfrutar do luxo da Zona Sul. Funkeiros e traficantes que se vendem como “vozes da comunidade” circulam em carros blindados, cercados por seguranças armados, enquanto a maioria dos moradores continua sem saneamento, emprego e dignidade.
Esse sistema, além de perpetuar a miséria e a violência, mancha a imagem do Brasil no cenário internacional.
Para libertar os verdadeiros reféns — os moradores das favelas — é preciso enfrentar o crime organizado sem disfarces, sem concessões e sem medo. Em outras palavras, caro leitor: a guerra precisa ser declarada dentre eles, por aqueles que se recusam a se entregar a eles. Uma verdadeira implosão.
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