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MP analisa postagens de Nego Di após soltura: violação de medidas cautelares está sob análise

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) está investigando postagens nas redes sociais que envolvem o influenciador e humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di. Na última quarta-feira (27), Nego Di foi libertado após mais de 130 dias de prisão, graças a um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entretanto, a análise do MPRS se concentra em uma possível violação das condições de sua liberdade provisória, entre elas a proibição do uso e frequência de redes sociais.

Publicações sob suspeita

Um dos registros que levantou suspeitas foi feito pelas advogadas de defesa de Nego Di, Tatiana Vizzotto Borsa e Camila Kersch Rodrigues, com uma foto que exibia as duas em primeiro plano, sorrindo e brindando, enquanto o humorista aparecia ao fundo, fazendo um gesto para a câmera. A postagem foi excluída posteriormente.

Contexto da liberdade provisória

Nego Di responde a uma acusação de estelionato, relacionada à sua suposta participação como sócio de uma loja virtual que não entregava os produtos vendidos aos consumidores. A investigação, conduzida pela 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, já recebeu mais de 370 denúncias formais de clientes lesados, e o número de vítimas pode ultrapassar 1,8 mil, segundo o delegado Marco Guns.

Na decisão que garantiu sua soltura, o ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do STJ, destacou que:

  • Os fatos ocorreram em 2022;
  • A investigação foi concluída;
  • Não houve uso de violência ou grave ameaça nos supostos crimes.

Além disso, pesaram a favor do influenciador fatores como ser réu primário e ter residência fixa.

Para garantir a liberdade provisória, foram impostas cinco medidas cautelares:

  1. Comparecimento periódico ao juízo para justificar atividades;
  2. Proibição de mudar de endereço sem autorização judicial;
  3. Proibição de se ausentar da comarca sem aviso prévio;
  4. Proibição de frequentar ou usar redes sociais;
  5. Recolhimento do passaporte.

Próximos passos e análise jurídica

Ainda não está claro se o suposto descumprimento das medidas poderá levar à revisão do habeas corpus. Especialistas apontam que, caso o MPRS encontre indícios suficientes de violação, poderá solicitar ao juiz responsável a revogação da liberdade provisória.

A análise do caso reforça a atenção que influenciadores e figuras públicas devem ter ao cumprir medidas cautelares, sobretudo em tempos de intensa exposição nas redes sociais.

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