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Moradores de Cachoeirinha atingidos pelas enchentes cobram ações urgentes da Prefeitura e do Estado

Representantes de bairros atingidos se mobilizam e exigem respostas imediatas da Prefeitura e do Governo do Estado. Isenção do IPTU, obras de drenagem e cobrança por agilidade estão entre os pedidos.

Divisa do Mato do Júlio com o bairro Parque da Matriz durante as cheias de maio / Foto: Coletivo Mato do Júlio

Moradores de seis bairros de Cachoeirinha, severamente afetados pelas enchentes, seguem mobilizados em busca de soluções concretas. Após realizarem uma passeata em forma de protesto na Avenida Flores da Cunha no sábado (2), representantes das comunidades participaram de duas reuniões nesta segunda-feira (4), cobrando ações emergenciais da Prefeitura e do Estado.

Pela manhã, os moradores foram recebidos na Prefeitura pelo vice-prefeito, delegado João Paulo, e pelo secretário de Planejamento, Paulo Garcia, na sede da Prefeitura. Entre as principais reivindicações apresentadas, está a isenção do IPTU em 2026 para imóveis atingidos pelas enchentes.

Segundo um dos integrantes da Comissão de Moradores do Parque da Matriz, a isenção é necessária por conta da desvalorização dos imóveis atingidos. Ele argumentou que muitas residências permanecem vulneráveis, sem infraestrutura adequada de proteção contra alagamentos.

Reunião na Prefeitura de Cachoeirinha – Foto: Divulgação

O governo municipal afirmou que dará uma resposta até o final do mês de agosto sobre a possibilidade da isenção.

Além disso, a comunidade exigiu agilidade nas ações preventivas, solicitando a criação de um cronograma com prazos, metas e responsáveis para:
• Estudos técnicos;
• Projetos estruturais;
• Obras de contenção e drenagem, especialmente no Parque da Matriz.

Outro ponto de destaque foi o pedido de funcionamento pleno das casas de bombas, fundamentais para o escoamento da água durante chuvas fortes, e a revitalização do Arroio Passinhos, principalmente no trecho da Rua Telmo Dorneles.

A desobstrução eficiente dos bueiros também foi uma das cobranças feitas pelos moradores, como medida urgente para minimizar os alagamentos.

O secretário de Planejamento explicou que obras estão sendo encaminhadas via financiamento com o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB), de U$ 70,51 milhões, que, com a contrapartida, chega a U$ 84,61 milhões. Também foram enviados projetos ao Estado solicitando R$ 140 milhões do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs) para obras de drenagem e casas de bombas, além de revisão e reforço no dique atual.

À tarde, representantes dos bairros Parque da Matriz, Jardim América, Eunice Velha, Santo Ângelo, Carlos Wilkens, Veranópolis e Vila Márcia estiveram na Secretaria da Reconstrução do RS, em Porto Alegre.

Reunião na Secretaria da Reconstrução Gaúcha – Foto: Divulgação

Na reunião com a chefe de gabinete, Camila Lorenzi, e o subsecretário de Projetos Estruturantes, Guilherme Bartels, os moradores cobraram agilidade da Fepam na liberação dos laudos ambientais para construção de um novo dique entre Cachoeirinha e Canoas.

A comunidade também solicitou a inclusão de um estudo de impacto das cheias no Rio Gravataí e Arroio Passinhos, ainda ausente nos projetos da União para a Região Hidrográfica do Gravataí.

Atualmente, os projetos que envolvem diques em Cachoeirinha e Gravataí, além de micro-barragens, estão parados, aguardando análise de EIA/RIMA.

Durante reunião do Conselho de Monitoramento das Ações de Reconstrução do RS, em 10 de junho, o Governo do Estado apresentou um cronograma preliminar para as obras, com previsão de início apenas em maio de 2028 e entrega em maio de 2031.

O Governo Federal cobrou do Estado agilidade nos projetos.

Enquanto isso, a comunidade de Cachoeirinha permanece mobilizada, crítica e vigilante. A população exige ações imediatas, e não promessas distantes, para garantir segurança, dignidade e justiça diante das perdas sofridas.

Foto em destaque: Tiago Barbosa/PMC/Arquivo

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Gabriel Gross
Gabriel Grosshttp://realnews.com.br
Estudante de Jornalismo e Ciências Sociais, em constante aprendizado e atualmente trabalhando na UFCSPA.
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