O tempo pode ser um aliado poderoso — especialmente para quem tenta escapar da justiça. No centro de um processo que já se arrasta há anos, o réu Airton vê o cerco apertar: o Ministério Público acaba de solicitar prioridade máxima à tramitação do caso, alertando para o risco iminente de prescrição. A acusação é clara: a defesa tenta, sistematicamente, protelar o julgamento e esgotar os recursos do sistema judiciário. Mas até quando?
O pedido do Ministério Público: prioridade ou prescrição?
Em documento recente, o Ministério Público reforça a urgência no andamento do caso Airton, alegando que o tempo está prestes a beneficiar o réu com a prescrição dos crimes imputados. A solicitação por tramitação prioritária visa evitar que uma possível morosidade processeira se transforme em impunidade.
“A defesa se utiliza de expedientes procrastinatórios”, destaca o MP, denunciando uma estratégia que, segundo a promotoria, visa apenas empurrar o processo até que ele se torne irreversível por prescrição.
A estratégia da defesa: protelar até onde der
Ao longo do processo, os advogados de Airton têm adotado o que o podemos chamar de “prática abusiva do direito de defesa”. Requerimentos em excesso e outras manobras processuais têm sido usados para adiar o julgamento. Na prática, isso tem contribuído para o congestionamento do sistema judiciário e minado a confiança da sociedade na eficácia da justiça.
A crítica ao sistema: Judiciário abarrotado e impunidade em jogo
Especialistas alertam: casos como o de Airton revelam uma falha estrutural no sistema judiciário brasileiro. “Quando a morosidade beneficia o réu e penaliza a sociedade, algo precisa ser revisto”, afirma um jurista ouvido pela reportagem. A combinação entre manobras protelatórias e a lentidão judicial alimenta uma sensação de impunidade, especialmente em casos com potencial impacto político.
Enquanto o relógio corre, a sociedade observa: será que a justiça vai prevalecer ou o tempo vai, mais uma vez, enterrar com a impunidade mais um caso importante?