A intoxicação por metanol é grave e pode ter consequências fatais. Nesta segunda-feira (29), a Grande São Paulo registrou a terceira morte por intoxicação por metanol. A última vítima foi um homem de 45 anos, que faleceu no dia 28 de setembro. As outras duas mortes foram de homens de 58 e 54 anos, com uma delas ocorrendo na região da Mooca.
Essa série de casos levanta preocupações sobre a segurança de bebidas alcoólicas no mercado, especialmente aquelas que podem estar adulteradas. As autoridades estão investigando os locais de venda e a origem dessas bebidas para prevenir mais incidentes. É realmente preocupante essa situação, e a segurança das bebidas alcoólicas é algo que afeta muita gente, e essas notícias reforçam a importância de estarmos atentos.
Metanol
O metanol, também conhecido como álcool metílico ou álcool de madeira, é um álcool simples com a fórmula química (CH_3OH). Ele é um líquido incolor, volátil e inflamável, com um odor característico, que pode ser confundido com o etanol, que pode ser comum e encontrado em bebidas.
Ele é produzido industrialmente a partir do gás natural, carvão ou biomassa, e tem uma série de aplicações: como o solvente, sendo muito utilizado em diversas indústrias.
O combustível que pode ser usado tanto puro quanto em misturas é a matéria-prima, que é um precursor importante na fabricação de outros produtos químicos, como formaldeído, ácido acético e diversos plásticos.
Sintomas
Os sintomas iniciais da intoxicação por metanol podem ser facilmente confundidos com uma ressaca comum, atrasando a procura por ajuda médica. Os especialistas alertam que sinais como dor de cabeça forte, náuseas, vômitos e tontura, que podem parecer somente os efeitos de ter bebido demais, na verdade, podem ser um sinal de alerta para algo muito mais sério, e a diferença crucial é a intensidade e a persistência desses sintomas.
O metanol é uma substância extremamente tóxica e, quando o corpo começa a metabolizá-lo, ele se transforma em ácido fórmico, o grande vilão e causa danos graves, principalmente aos nervos ópticos e ao sistema nervoso central. Por isso, o atendimento médico rápido é a chave para salvar vidas. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores as chances de reverter os danos e evitar sequelas graves, como a cegueira permanente ou até mesmo a morte. É por isso que o tempo é tão crucial. Quanto mais rápido o metanol for eliminado do corpo e a acidose metabólica for corrigida, maiores as chances de minimizar esses danos graves e potencialmente fatais.
Impacto no corpo
O impacto do metanol no corpo é devastador, especialmente quando ingerido. O metanol em si não é o principal culpado pela toxicidade imediata, mas sim os produtos de sua metabolização no organismo. Quando o metanol entra no corpo, ele é metabolizado no fígado por uma enzima chamada álcool desidrogenase (ADH). Esse processo transforma o metanol em formaldeído e, em seguida, em ácido fórmico, sendo um ácido fórmico que causa os principais estragos, podendo atravessar a barreira hematoencefálica e causar danos diretos às células nervosas. Isso leva a sintomas como dor de cabeça intensa, confusão mental, tontura, fraqueza e, em casos graves, convulsões e coma.
Os danos ao nervo óptico são um dos impactos mais temidos e característicos da intoxicação por metanol, pois o ácido fórmico ataca as células responsáveis por transmitir a informação visual do olho para o cérebro. Isso pode resultar em: visão turva ou embaçada, sendo a primeira queixa comum, alterações na percepção de cores podendo parecer diferentes ou menos vibrantes, fotofobia com a sensibilidade à luz, cegueira em casos severos, o dano ao nervo óptico pode ser irreversível, levando à cegueira permanente.
O acúmulo de ácido fórmico no sangue causa uma condição perigosa chamada acidose metabólica. O pH do sangue fica perigosamente baixo, o que interfere no funcionamento de órgãos vitais, como o coração e os pulmões. Isso pode levar a: respiração rápida, problemas cardíacos, danos renais e sintomas gastrointestinais, como, por exemplo, náuseas, vômitos e dores abdominais intensas também são comuns, pois o corpo tenta se livrar da substância tóxica.
Foto: Yasin Akgul/Reprodução/Getty Images Embed