Na semana passada, uma operação policial desmantelou um amplo esquema criminoso de falsos grupos de investimentos em aplicativos de troca de mensagens, que causou prejuízos em larga escala nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Nove suspeitos, apontados como líderes do golpe, foram detidos pela polícia, que classificou a fraude como “um esquema gigantesco que atinge o Brasil inteiro”.
Sob a promessa de ganhos expressivos no mercado de ações, as vítimas acreditavam estar investindo seu dinheiro de forma segura, porém, na verdade, eram induzidas a depositar os valores em contas pertencentes aos golpistas. O delegado Heleno dos Santos, responsável pelo caso, estima que mais de 20 mil pessoas em todo o país foram enganadas pelos criminosos.
Durante a investigação, a polícia identificou diversas contas em paraísos fiscais, revelando movimentações financeiras que ultrapassam a marca de R$ 1 bilhão. O golpe operava por meio de pequenas células, cada uma com mais de mil pessoas, disseminadas em diferentes estados, o que tornou a fraude ainda mais abrangente.
Além dos nove suspeitos já capturados, a operação ainda busca outros dois integrantes do grupo criminoso que permanecem foragidos. Os agentes apreenderam dinheiro, documentos e carros de luxo relacionados ao esquema fraudulento.
A investigação se aprofundou em Santa Catarina, onde a maior parte dos suspeitos residia, e também no Rio Grande do Sul, mais especificamente na cidade de Santo Antônio das Missões, onde o grupo centralizou suas atividades por algum tempo. Além disso, foram realizadas ações em endereços na cidade de São Paulo, onde um dos membros do esquema reside.
O golpe operava por meio do aplicativo “genesis.net”, que atraía as vítimas prometendo investimentos altamente rentáveis. Ao cair no ardil, os indivíduos depositavam dinheiro nas contas dos criminosos, que chegavam a simular operações de investimento através de sites e aplicativos falsos, com o intuito de parecerem seguros.
Comprovou-se ainda que os golpistas utilizavam perfis de redes sociais para ostentar seus supostos ganhos, atraindo novas vítimas para o esquema fraudulento. Acredita-se que, para desviar os recursos obtidos, os criminosos criaram pelo menos três empresas de fachada.
A Justiça prorrogou a prisão temporária dos suspeitos por mais cinco dias, permitindo que a polícia continue as investigações e busque mais provas para a condenação dos envolvidos. As autoridades alertam que outras ramificações do golpe estão sendo investigadas em estados como Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. A operação, que contou com 79 ordens judiciais cumpridas, visa proteger a população contra esse tipo de fraude e recuperar os valores desviados pelas ações dos criminosos.