A crise na saúde pública de Canoas atingiu um novo patamar de desespero e indignação. A cena registrada na UPA Boqueirão é um reflexo alarmante da falência do sistema: uma mãe, em busca de atendimento para sua filha de nove anos, enfrenta longas horas de espera apenas para descobrir que não há pediatra disponível. O que deveria ser um episódio isolado tornou-se rotina em um serviço que, ao invés de acolher, empurra cidadãos para um labirinto de incertezas.
Um relato de negligência e abandono
A linha do tempo desse drama revela o desrespeito com a população:
18h20 – A mãe chega à UPA Boqueirão com a filha doente.
19h00 – Após 40 minutos de espera, ela finalmente passa pela triagem.
Em seguida – A notícia revoltante: não há pediatra para atender as crianças.
Resposta da equipe – Ninguém sabe o que será feito e a única orientação dada é de que “o problema não é deles”.
Sem alternativa, a mãe busca atendimento na UPA Rio Branco, onde a situação é igualmente caótica: há pediatra, mas faltam outros médicos. O cenário se repete – horas de espera para, ao final, ouvir que a única “solução” é aguardar a evolução do quadro da criança.
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Quando a saúde pública se torna um jogo de sorte
A resposta das autoridades à crise na saúde de Canoas tem sido o silêncio. Enquanto isso, a população enfrenta filas intermináveis, falta de médicos e o descaso dos gestores. O caso dessa mãe e sua filha expõe um problema muito maior: a ineficiência na administração dos recursos e a falta de comprometimento com a vida dos cidadãos.
Quantas crianças mais precisarão sofrer antes que medidas concretas sejam tomadas? Até quando o direito à saúde será tratado como privilégio?
A população de Canoas não pode aceitar esse cenário como normal. É preciso cobrar, denunciar e exigir soluções imediatas. Porque a saúde não pode esperar.