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Lula critica operação no Rio e pede participação de legistas da PF em investigação Houve matança

 

Belém (PA), 4 de novembro de 2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta terça-feira (4) a operação policial realizada na semana passada no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais. Durante entrevista concedida a agências internacionais em Belém, Lula classificou a ação como uma “matança” e defendeu uma investigação com a participação de legistas da Polícia Federal.

> “A decisão do juiz era uma ordem de prisão, não uma ordem de matança — e houve matança”, afirmou o presidente, em referência à operação que tinha como alvo integrantes da facção Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha.

A ação, realizada pelo governo do estado do Rio de Janeiro no dia 28 de outubro, foi a mais letal da história do estado. O governador Cláudio Castro (PL) classificou o resultado como “um sucesso” e afirmou que as únicas vítimas foram os quatro policiais mortos durante os confrontos.

Lula, porém, disse que é preciso apurar as circunstâncias da operação:

> “É importante verificar em que condições ela se deu. Até agora, temos apenas a versão contada pela polícia e pelo governo do estado. É necessário saber se tudo aconteceu como dizem ou se houve algo mais delicado.”

O presidente informou que o governo federal articula para que peritos da Polícia Federal participem da apuração. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve realizar, nesta quarta-feira (5), uma audiência sobre o caso.

Após a operação, os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial) estiveram no Rio para acompanhar a situação e se reunir com autoridades locais.

Lula também ressaltou que o combate ao crime organizado deve ser feito de maneira coordenada e sem colocar em risco a população ou os agentes de segurança:

> “Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias e espalhando violência, mas precisamos de ações que não coloquem policiais, crianças e famílias inocentes em risco.”

O presidente voltou a defender a PEC da Segurança Pública, proposta que tramita no Congresso e busca fortalecer a integração entre as forças de segurança. O governo também enviou ao Legislativo o Projeto Antifacção, que pretende endurecer o combate às organizações criminosas em todo o país.

Foto: Edgar Su/Reuters

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