Lucas Pavanato (PL) iniciou seu mandato na Câmara Municipal de São Paulo com movimentações estratégicas e foco em temas controversos. Durante a solenidade de posse na última quarta-feira, 1º de janeiro, o vereador já estava coletando assinaturas para a instalação de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). As propostas rapidamente obtiveram o número mínimo de 19 assinaturas, contando principalmente com o apoio de parlamentares alinhados a partidos de direita e centro.
Foco nas ocupações de terrenos e atuação de ONGs
A primeira CPI proposta, intitulada “CPI das Invasões”, tem como objetivo investigar ocupações de terrenos na cidade de São Paulo, frequentemente associadas a movimentos de esquerda, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Já a segunda comissão, denominada “CPI das ONGs”, busca apurar a atuação de organizações que prestam assistência à população em situação de rua, especialmente no centro da capital. Segundo Pavanato, a proposta investigará possíveis irregularidades no uso de recursos públicos por essas entidades.
Em uma publicação na plataforma X (antigo Twitter), o vereador comemorou o feito no primeiro dia de mandato:
“Primeiro dia como vereador de São Paulo. Logo de cara, consegui as assinaturas necessárias para protocolar duas CPIs. Vamos passar esses movimentos a limpo.”
Apesar do apoio inicial, a efetiva instalação das CPIs dependerá de acordos políticos internos na Câmara Municipal. Apenas a coleta de assinaturas não garante que as investigações avancem.
Precedentes e cuidados com propostas sensíveis
A iniciativa de Pavanato ocorre em meio a precedentes polêmicos. Em 2023, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) enfrentou resistência ao propor uma CPI que acabou direcionando investigações contra o padre Júlio Lancellotti, conhecido por sua atuação junto à população em situação de rua. A proposta gerou repercussão negativa, e um inquérito foi aberto para apurar se Rubinho teria cometido abuso de autoridade. Para evitar episódios semelhantes, Pavanato garantiu que sua CPI não individualizará alvos.
Posicionamento alinhado à direita
Além das CPIs, Lucas Pavanato marcou seu primeiro dia de mandato com posicionamentos alinhados à direita. Em declaração, afirmou ter votado contra o PT na formação da mesa diretora da Câmara, contrariando a orientação de sua bancada:
“Votei ‘não’ para o PT na mesa da Câmara de São Paulo, porque meu maior compromisso, acima dos acordos internos aqui tratados, é com você que votou em mim na urna.”
Inspiração em Nikolas Ferreira
Pavanato, que foi o vereador mais votado de São Paulo, é próximo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), a quem classifica como uma grande inspiração. Em entrevista ao Estadão, o parlamentar paulista destacou que pretende adotar o estilo combativo de Nikolas para mobilizar o eleitorado de direita em São Paulo.
“Ele é uma grande inspiração para mim. Meu objetivo é trazer à tona os temas que são importantes para o nosso segmento.”
Próximos passos
Com as CPIs protocoladas e o início do mandato marcado por polêmicas, Lucas Pavanato deve enfrentar tanto apoio quanto oposição no decorrer de suas propostas. Resta saber se as investigações ganharão tração na Câmara e como serão recebidas pela população.
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