Justiça prevaleceu: Autor de chacina em creche recebe pena de 329 anos

Após decorridos dois dias de julgamento, o indivíduo responsável pelo terrível incidente ocorrido na creche de Saudades, no Oeste, foi condenado a uma pena de 329 anos e quatro meses de prisão em regime fechado. O momento em que o juiz Caio Lemgruber Taborda, que presidiu a sessão, leu a sentença foi marcado por uma atmosfera de tensão e alívio entre os presentes, passando das 20 horas.

O réu também foi obrigado a efetuar o pagamento de compensação às vítimas, com montantes fixados em R$ 500 mil para cada família da vítima falecida, R$ 400 mil para a família do bebê que recebeu ajuda a tempo e se recuperou, além de R$ 40 mil para cada uma das 14 vítimas de tentativa de homicídio. A decisão é passível de recurso.

Da mesma forma que todo o processo desenvolvido na comarca de Pinhalzinho, a sentença foi elaborada de maneira extensa e intrincada. Foram minuciosamente examinados os cinco assassinatos consumados e as 14 tentativas de homicídio. Os detalhes dos delitos foram minuciosamente debatidos durante a votação dos quesitos. O juiz apresentou 145 questões para serem respondidas pelos jurados, cujas opções “sim” e “não” constituíram a base para a formulação da sentença.

Dessa forma, as agravantes de motivo torpe, utilização de métodos cruéis e emprego de recursos que dificultaram a defesa das vítimas foram acolhidas pelo conselho de julgamento. Além disso, também foi reconhecido o aumento da pena pelo fato de algumas vítimas serem menores de 14 anos. Conforme estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente, que visa a proteção de imagens e informações de jovens vítimas, tanto a transmissão quanto a gravação da leitura da sentença ou de qualquer momento do julgamento foram proibidas.

“O processo foi bastante laborioso, demandando grande esforço de toda a equipe da unidade. No entanto, chegamos ao desfecho com a sensação de que o julgamento transcorreu de forma ordenada por todos os envolvidos, tanto no âmbito profissional quanto na audiência. Com a colaboração dos representantes da acusação, da defesa e, principalmente, dos jurados, conseguimos agilizar o procedimento, evitando a necessidade de prolongá-lo por mais dias. Hoje, a comunidade de Saudades recebeu a resposta do Poder Judiciário referente a este caso que deixou sua marca na história da nossa comarca, pouco mais de dois anos após a ocorrência do crime”, enfatizou o magistrado.

A pena imposta ao réu gerou intensas emoções para ambas as partes envolvidas. Os familiares e amigos das vítimas derramaram lágrimas mais uma vez, desta vez por causa do alívio proporcionado pelo término da fase judicial. Os pais do acusado, que acompanharam o julgamento desde o início até o fim, foram afetados emocionalmente, sendo levados ao hospital local à tarde devido a picos de pressão alta.

Uma das vítimas expressou que a condenação não traz de volta as crianças e colegas perdidos, nem apaga as memórias horríveis que carrega, porém, ela proporciona uma sensação de segurança para a comunidade de Saudades. “A Justiça prevaleceu! Sinto-me aliviada ao compreender que sua condenação servirá como um exemplo para aqueles que consideram cometer crimes semelhantes. Precisamos cuidar de nossas crianças e adolescentes, oferecendo assistência diante de dificuldades emocionais e psicológicas, a fim de promover uma convivência social mais saudável e harmoniosa”, desabafou ao final do julgamento.

Durante o julgamento, três vítimas, três testemunhas de acusação e três testemunhas de defesa prestaram depoimento. O júri foi composto por seis mulheres e um homem. Na acusação, atuaram os promotores de justiça Bruno Poerschke Vieira, Douglas Dellazari, Fabrício Nunes e Julio André Locatelli, com o auxílio do advogado Luiz Geraldo Gomes dos Santos. Na defesa, o advogado Demetryus Eugenio Grapiglia representou o réu.

O agressor foi denunciado por 19 crimes de homicídio, entre consumados e tentados. Na manhã de 4 de maio de 2021, ele invadiu uma creche em Saudades e, munido de uma adaga, infligiu golpes fatais a duas professoras e três bebês. Outra criança, também com menos de dois anos, recebeu socorro a tempo e conseguiu se recuperar. O processo segue sob sigilo na comarca de Pinhalzinho.

As vias adjacentes ao fórum de Pinhalzinho permaneceram interditadas, sob rigoroso esquema de segurança, durante os dois dias de julgamento. A operação envolveu 12 agentes penitenciários do Núcleo de Operações Táticas (NOT), 17 policiais militares de Pinhalzinho e Chapecó, dois bombeiros, uma psicóloga e uma enfermeira fornecidas pelo município de Saudades. O Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS) do Tribunal de Justiça de Santa Catarina contribuiu com seis membros, enquanto a Casa Militar de Santa Catarina enviou três policiais.

Durante o júri, foram ouvidas três vítimas, três testemunhas de acusação e três testemunhas de defesa. O conselho de sentença foi composto por seis mulheres e um homem. Na acusação, atuaram os promotores de justiça Bruno Poerschke Vieira, Douglas Dellazari, Fabrício Nunes e Julio André Locatelli, com o auxílio do advogado Luiz Geraldo Gomes dos Santos. Na defesa, o advogado Demetryus Eugenio Grapiglia representou o réu.

O agressor foi denunciado por 19 crimes de homicídio, entre consumados e tentados. Na manhã de 4 de maio de 2021, ele invadiu uma creche em Saudades e, munido de uma adaga, infligiu golpes fatais a duas professoras e três bebês. Outra criança, também com menos de dois anos, recebeu socorro a tempo e conseguiu se recuperar. O processo segue sob sigilo na comarca de Pinhalzinho.

 

Foto: Divulgação MPSC

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