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Fraudes na previdência: CPI aponta figura central no esquema criminoso “Careca do INSS”

Nesta quinta-feira (11), a CPI que investiga fraudes no INSS aprovou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. O envolvido é apontado como um dos principais nomes por trás de um esquema que liberava benefícios irregularmente e pode ter causado prejuízos milionários aos cofres públicos. Segundo os parlamentares, a medida é necessária para aprofundar as investigações sobre movimentações financeiras suspeitas e possíveis conexões políticas.

Além da quebra de sigilos, a CPI também deve convocar ex-servidores do INSS e representantes de empresas de consultoria previdenciária que teriam ligação com o investigado. O relator da comissão relata que a apuração já reuniu indícios de uma rede estruturada de corrupção, que teria causado prejuízos milionários aos cofres públicos.

Esquema fraudulento na Previdência

Conforme as investigações, o grupo articulava contratos com entidades de fachada que apareciam vinculadas ao contracheque de segurados sem qualquer autorização. As cobranças mensais, embora de valores relativamente baixos, se multiplicavam em milhares de benefícios, gerando um prejuízo bilionário aos cofres da Previdência e às vítimas.

A comissão pretende rastrear o caminho do dinheiro e identificar outros possíveis beneficiários do esquema. O “Careca do INSS” exercia a função de articulador e beneficiário direto das operações, controlando contratos, intermediários e associações fraudulentas, e o nome dele já havia sido citado em depoimentos de vítimas e de testemunhas ouvidas pela CPI. As investigações continuam para apurar o tamanho real do prejuízo e a participação de servidores públicos ou gestores de entidades privadas na fraude.

Impacto para os aposentados

A CPI também decidiu investigar entidades acusadas de aplicar descontos fraudulentos diretamente no pagamento de aposentados e pensionistas. O golpe funcionava da forma mais fácil possível para não levantar suspeita e as organizações apareciam na folha de pagamento dos segurados com cobranças descritas como “taxas” ou “contribuições”, muitas vezes sem autorização. Em geral, os valores eram baixos justamente para passar despercebidos e se repetir mês após mês.

Trata-se de uma prática disseminada que atinge pessoas idosas e vulneráveis, que muitas vezes não têm acesso fácil às informações ou não conseguem contestar os descontos. O reator da comissão relata ainda que o dinheiro era tirado de quem mais precisava e de uma forma ilegal. E com a quebra dos sigilos, a CPI espera identificar os responsáveis e seguir o rastro do dinheiro. O objetivo é descobrir quem lucra com o esquema e se há ligações políticas por trás das entidades. As investigações devem continuar nas próximas semanas, com novas quebras de sigilo e convocações de suspeitos para depor.

Foto: Reprodução

 

 

 

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Elaine Rodrigues
Elaine Rodrigueshttp://realnews.com.br
Elaine Rodrigues é estudante de Jornalismo pela Universidade Anhanguera, com dedicação à produção de conteúdos precisos, claros e socialmente relevantes. Sua atuação é guiada pelo compromisso com a verdade e pela valorização de vozes que muitas vezes não encontram espaço na mídia tradicional.
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