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Flamengo investe em tecnologia de ponta e expõe atraso estrutural da dupla Gre-Nal

Um investimento de aproximadamente US$ 1 milhão acaba de reposicionar o Flamengo mais uma vez na vanguarda do futebol sul-americano. O clube carioca recebeu recentemente, em seu centro de treinamento — o Ninho do Urubu —, modernos aparelhos da marca Keiser, referência mundial em preparação física. Trata-se de equipamentos utilizados em potências do futebol europeu, como o Real Madrid, capazes de medir com precisão níveis de força, aceleração e potência, ajustando treinos de acordo com as necessidades individuais dos atletas.

Essa aquisição não é apenas simbólica: ela reflete uma filosofia de gestão. O Flamengo se mostra consciente de que resultado esportivo não depende apenas da contratação de atletas caros, mas de um ecossistema que integra ciência, tecnologia e prevenção de lesões. Estudos publicados na Journal of Strength and Conditioning Research comprovam que treinos com máquinas de resistência pneumática — como as fornecidas pela Keiser — reduzem em até 30% os riscos de lesão muscular e aumentam significativamente o desempenho em ações explosivas dentro de campo, como arranques, mudanças de direção e saltos.

A diferença de mentalidade

Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, a realidade da dupla Gre-Nal evidencia um contraste gritante. Grêmio e Internacional continuam investindo prioritariamente em reforços milionários, mas sem oferecer infraestrutura de ponta para sustentar o rendimento desses mesmos jogadores. O resultado está nos números: só em 2023, de acordo com levantamento do GE, Grêmio e Inter somaram mais de 60 ocorrências médicas relacionadas a problemas musculares, o que comprometeu a escalação em momentos decisivos da temporada.

Não se trata de mera coincidência. Sem tecnologia adequada para monitorar a carga de esforço, os atletas são submetidos a treinamentos desbalanceados, acumulam fadiga e se tornam mais suscetíveis a lesões. Ao final, o que deveria ser investimento se transforma em prejuízo — tanto esportivo quanto financeiro.

O modelo ultrapassado do RS

É inegável que a força de suas torcidas mantém a dupla Gre-Nal em patamar competitivo no cenário nacional. Contudo, quando observamos a lógica de gestão esportiva, o modelo gaúcho se mostra arcaico e limitado. O valor de apenas uma partida em casa, seja na Arena ou no Beira-Rio, já seria suficiente para custear equipamentos semelhantes aos adquiridos pelo Flamengo. Ainda assim, prevalece a crença de que contratar jogadores renomados basta para elevar o desempenho em campo.

Essa mentalidade, além de ineficaz, cobra um preço alto: plantéis caros que passam boa parte da temporada lesionados, rendimento aquém do esperado e, em muitos casos, frustrações esportivas que repercutem nos cofres dos clubes.

A verdade é dura, mas precisa ser dita: sem modernização estrutural, o futebol gaúcho ficará cada vez mais distante do topo. Enquanto o Flamengo aposta em ciência e tecnologia para potencializar seus atletas, Grêmio e Inter seguem presos a um modelo ultrapassado, que confunde gasto com investimento.

A era em que apenas a paixão e a tradição sustentavam a competitividade acabou. No futebol contemporâneo, quem não alia desempenho físico otimizado à estratégia em campo será apenas coadjuvante. O exemplo do Flamengo deixa claro que o futuro exige mais do que contratações midiáticas — exige visão, inovação e coragem para romper paradigmas.

Foto: Reprodução

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Wagner Andrade
Wagner Andradehttps://realnews.com.br/
Eu falo o que não querem ouvir. Política, futebol e intensidade. Se é pra sentir, segue. Se é pra fugir, cala.
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