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Exclusivo: Vereador Demétrio Tafras explica sua posição sobre o pedágio na ERS-118 em entrevista exclusiva

O Vereador Demétrio Tafras, presidente do PSDB de Gravataí desde maio de 2022, tem trabalhado ativamente para o crescimento da sigla municipal, que poderá indicar seu nome para a candidatura ao cargo de prefeito em 2024. E para tentar firmar seu nome em um possível pleito majoritário, ter o apoio do atual governador Eduardo Leite como garoto-propaganda é fundamental.

Em virtude disso, Tafras tem manifestado incontáveis elogios públicos ao colega de partido e líder maior do PSDB gaúcho. Recentemente, no aniversário de Leite, Tafras postou em suas redes sociais fotos em que apareciam juntos em palanque, e com uma legenda onde manifestava sua admiração com a frase: “…compartilhamos a mesma ideologia sobre o que é ser um político.”

Acontece que, dias depois do afago público, o próprio governador deu uma declaração que colocou o vereador em uma situação difícil, a chamada “sinuca de bico”. Leite, que na campanha da disputa ao Piratini chegou a assinar um documento comprometendo-se a não pedagiar a Rodovia ERS-118, agora voltou atrás e ordenou a elaboração de estudos para viabilizar a duplicação do trecho entre Alvorada e Viamão da mesma rodovia. Em recentes manifestações, Leite afirmou que não colocará pedágio neste trecho citado, mas deixou em aberto a possibilidade de tarifar a outra parte dela. A ERS-118 corta cinco importantes cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, entre elas Gravataí. Um pedágio considerado urbano traz problemas de desenvolvimento comercial, industrial e social para estas cidades.

Para saber a opinião do Vereador Demétrio Tafras a respeito deste assunto, fizemos algumas perguntas a ele, que foram respondidas por mensagens de texto.

Tafras abriu a conversa dizendo ser contra a implantação de pedágio na rodovia, mas em certo momento se contradisse ao afirmar que novos estudos precisam ser feitos para identificar a necessidade e viabilidade para uma possível taxação.

Quando provocado no questionário sobre a sua visível contradição, o vereador declinou de responder algumas perguntas fundamentais para a cidade, caso o pedágio seja implantado. As questões sobre quais os impactos que um pedágio traria para Gravataí e quais alternativas viárias a cidade poderia criar ficaram em aberto. Contrariado, abreviou a entrevista que concedeu gentilmente.

A íntegra da entrevista você confere abaixo:
REAL NEWS – Vereador, recentemente o senhor manifestou em rede social admiração à figura política do colega de partido e Governador Eduardo Leite. Disse, inclusive, que se identifica com sua ideologia política.
Aqui em Gravataí nós temos uma grande questão que estava encerrada e foi reaberta pelo Governador, e que atinge diretamente o desenvolvimento da cidade. Eu falo da ERS-118. Em 19 de Outubro de 2022, período de campanha, Leite assinou um documento garantindo que não levaria adiante estudos para pedagiar a estrada que corta a cidade. Contudo, agora eleito, o Governador mandou modificar os estudos dos lotes de concessão de diversas rodovias, incluindo a ERS-118. Ele admite, agora, a cobrança de pedágio em Gravataí. Não na forma física, com praças de pedágio, mas num outro sistema automático de tarifação chamado Free-Flow. O Governador acena com a clara quebra da sua palavra junto ao eleitor.
Como o senhor vê esta questão, uma vez que tens essa identificação ideológica com Leite mas também um comprometimento com sua comunidade que é contrária ao pedágio na região?
DEMÉTRIO TAFRAS – Boa tarde, Lelê Pereira! Na última quinta-feira, em entrevista a Rádio Gaúcha, nosso governador, Eduardo Leite, voltou a afirmar seu compromisso de campanha, onde não haverá cobrança com praça de pedágio e este sistema de arrecadação denominado free flow passará por consulta pública. A população levará em conta, fatores prós e contras, fazendo sua escolha; também é preciso considerar que pelo menos 6 cidades diferentes são cruzadas por esta rodovia.
Como já havíamos conversado pelas redes sociais anteriormente, mantenho minha posição, assim como a do governador Eduardo Leite, de ser contra a cobrança de pedágio.
REAL NEWS – As consultas públicas foram realizadas pela Frente Parlamentar Contra o Pedágio na 118 e a população de todas as cidades cortadas pela rodovia se mostrou contra qualquer tipo de cobrança. Realizar mais estudos, modificando apenas o nome da operação, não causa insegurança nas indústrias que queiram se instalar na cidade, atrasando o desenvolvimento?
DEMÉTRIO TAFRAS – Entendo teu ponto de vista, mas ocorreram algumas mudanças desde o período do pleito até os dias de hoje. O sistema free flow não havia sido regulamentado, por exemplo, em nosso estado, atualmente já é, e na realidade  também não sabemos bem como funcionará, no que diz respeito a valores, quem pagará, tipos de veículos, quantidade de km e uma infinidade de questionamentos que acredito, que podem ser reavaliados. Podemos dizer “não” para algo que ainda não conhecemos? Por isso da nova consulta, e existem detalhes nesta questão a serem reavaliados. Sobre o impacto no desenvolvimento perante as indústrias também iremos saber na consulta onde será avaliado questões como, manutenção, duplicação acompanhados ao  novo sistema.
REAL NEWS – Em suas duas primeiras respostas é possível perceber uma incerteza sobre o assunto. Ao mesmo tempo em que o senhor afirma ser contra o pedágio, também abre o espaço para novos estudos sobre o Free Flow, que também é um pedágio. Sendo bem direto para a população de Gravataí: o Vereador vai lutar contra qualquer tipo de pedágio ou esta é uma posição atual e que pode ser modificada?
DEMÉTRIO TAFRAS – Admiro tua determinação, mas incerteza acredito ser tua opinião pessoal. Como já havia respondido sou contra o pedágio ou praças de pedágio. Este sistema está em fase de consulta, que foi levado em consideração por uma equipe econômica experiente que trouxe evolução e crescimento ao nosso estado, levando o governador a reeleição de forma inédita. Assim como o governador se posicionou e propôs o estudo pensando na ampliação da malha viária e manutenção como todo seu bloco rodoviário, ERS 115, ERS 474, etc da mesma forma vamos ouvir os estudos.
E por hoje é o que tenho a declarar, muito obrigado por tuas perguntas.
Infelizmente o vereador deixou de responder dois questionamentos muito importantes para a ilucidação dos pensamentos e clareamento das idéias perante à população de Gravataí, as perguntas abaixo ficaram abertas, mas poderão ser respondidas pelo vereador ao seu tempo.
Perguntas que ficaram sem respostas do vereador:
REAL NEWS – Esse assunto já foi debatido dentro do governo Zaffalon, seja na Câmara ou na Prefeitura, no sentido de avaliar quais os impactos econômicos e sociais numa eventual implantação de pedágio na rodovia?
REAL NEWS – Caso venha a ser implantado algum tipo de pedágio, o senhor acredita haver possibilidade de se criar mais alternativas viárias municipais para diminuir o impacto sócio/econômico entre os bairros cortados pela rodovia?
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