Com três dos seus cinco filhos envolvidos na política, o ex-presidente Jair Bolsonaro está empenhado em aumentar a presença do seu clã nos órgãos legislativos do Brasil. A estratégia visa a manter a proeminência do nome Bolsonaro, apesar da condenação que o tornou inelegível até 2030, impedindo-o de concorrer a cargos eletivos.
Um dos nomes que em breve deve estrear nas urnas é o de Jair Renan Bolsonaro, o segundo filho mais jovem do ex-presidente. Com apenas 25 anos, Jair Renan tem sido preparado por seu pai para concorrer a uma vaga na Câmara Municipal de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, onde reside desde que foi nomeado para o gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC), ex-Secretário de Pesca do governo anterior.
Jair Bolsonaro tem desempenhado um papel ativo na preparação de seu filho, submetendo-o a “provas orais” relacionadas a Santa Catarina e à política nacional. O ex-presidente acredita que Jair Renan só entrará na corrida eleitoral, como candidato pelo Partido Liberal (PL), se estiver apto a fazê-lo sem se tornar alvo de zombarias de seus opositores.
Para demonstrar seu compromisso, Jair Renan já compareceu a eventos do partido em Santa Catarina e posou para fotos ao lado de vereadores e deputados do PL no estado, como os bolsonaristas Zé Trovão, Júlia Zanatta e Caroline de Toni.
No entanto, após sua eleição, Jair Renan não deve permanecer por muito tempo na Câmara Municipal da cidade catarinense. A ideia é que o cargo sirva como um trampolim para voos mais altos, com Bolsonaro desejando que seu filho “04” concorra a deputado federal em 2026 e se torne um puxador de votos para o partido em Santa Catarina.
Outra figura que se prepara para ingressar na arena política é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que pretende buscar uma vaga no Senado pelo Distrito Federal em 2026. Após sua nomeação no PL Mulher, Michelle tem percorrido o país em eventos nos quais defende uma maior participação das mulheres na política.
Internamente, Michelle é vista no Partido Liberal como um dos principais nomes da direita para 2026, e Bolsonaro aposta que ela replicará o sucesso de “fenômeno Damares”, observado em 2022, quando a ex-ministra dos Direitos Humanos conquistou uma vaga no Senado pelo Republicanos e se tornou uma importante cabo eleitoral para outras candidaturas de direita no segundo turno das eleições.
Os planos da família Bolsonaro também envolvem a mudança do “02”, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), para Brasília. Vereador do Rio de Janeiro desde 2001, a ideia é que Carlos seja reeleito no ano que vem para a Câmara Municipal e, dois anos depois, dispute uma vaga na Câmara dos Deputados.
Assim, caso consigam eleger Carlos e Jair Renan em 2026, Bolsonaro terá três de seus filhos na Câmara dos Deputados, enquanto o “03”, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em seu segundo mandato, buscará a reeleição. Além disso, o filho mais velho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que atua como senador desde 2018, teve seu nome ventilado para concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro, mas a ideia foi vetada por seu pai.
