Entre os dias 25 e 29 de julho, aconteceu a feira Adolescent Science & Technology Innovation Contest (Castic) na China. O estudante de eletrônica Rodrigo Mann Schaidt, de 19 anos, morador de Novo Hamburgo, participou com seu projeto SinaPort: Software de tradução de LIBRAS para português utilizando redes neurais.
Rodrigo recebeu, durante a Mostratec, o prêmio Killing de tecnologia, que contemplou a viagem (patrocinada pela Killing) e o credenciamento para participar na feira. Ele desenvolveu a ideia na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, sob a orientação do professor Márcio Leandro Souza Momberger.
Em entrevista pelas redes sociais, Rodrigo nos contou como teve a ideia de fazer este projeto, que começou durante o estágio noturno na Fundação, onde auxiliou um aluno surdo. Percebeu que, mesmo com software de tradução de português para LIBRAS, ainda havia dificuldade em se comunicar com o jovem. Ele sabia somente o alfabeto em LIBRAS, a comunicação era falada, mas não conseguia entender o que o aluno gostaria de falar.
Rodrigo nos explicou como foi desenvolvido o projeto: “Foi iniciado por volta de maio. A primeira etapa consistiu em me aprofundar nas formas como eu poderia desenvolvê-lo, pois tinha mais experiência na parte de hardware do que de software. Depois de decidir a linguagem de programação, tive que descobrir os recursos já existentes nessa área, como bibliotecas da linguagem (essencialmente módulos prontos que realizam diferentes funções). Comecei a desenvolver uma versão mais simples que utilizava imagens para detectar sinais, sem levar em conta os movimentos. Para entender melhor LIBRAS, percebi que isso não seria suficiente, então precisei alterá-lo para levar em conta os movimentos realizados pela pessoa. Foram feitos testes com diferentes tipos de redes neurais para determinar a melhor para essa aplicação, utilizando como referência a precisão de cada uma. Também foram feitos alguns testes com o software em tempo real, como na feira Feicit, a feira interna da Liberato, na qual ele foi exposto funcionando em tempo real”, completa o estudante.
No fim da conversa que tive com Rodrigo, não consegui evitar as duas perguntas que todo jovem ouve na escola: “O que você queria ser quando crescer? Por que essa profissão?” Ele respondeu que sempre teve muita curiosidade em coisas eletrônicas e mecânicas em geral. Comentou que era o tipo de criança que ficava desmontando coisas estragadas ou até mesmo funcionando. O sonho de sua infância sempre foi inventar e ajudar a vida das pessoas, com principal interesse em próteses e suas aplicações.