A estreia de Mano Menezes no comando técnico do Grêmio, na partida contra o Godoy Cruz pela Copa Sul-Americana, terminou com um empate em 2 a 2 que, mais do que o placar, evidenciou velhos problemas estruturais do time. Apesar de mostrar uma proposta interessante no primeiro tempo, com certo controle do meio-campo e produção de jogadas ofensivas, o Tricolor voltou a sofrer com a falta de consistência tática, desgaste físico e, principalmente, as falhas individuais do sistema defensivo.
O técnico Mano Menezes, mesmo recém-chegado, precisou lidar com um elenco limitado, e suas substituições foram reflexo disso. A entrada de Aravena no lugar de Edenilson, desmontou a configuração inicial de meio-campo com quatro homens, uma formação que vinha dando mais equilíbrio ao time. A mudança abriu espaço para o adversário, que aproveitou os buracos deixados no setor central e passou a dominar as ações.
Outro ponto crítico foi a atuação do zagueiro Jemerson, diretamente envolvido nos dois gols do Godoy Cruz. É difícil justificar a manutenção de sua titularidade diante de erros recorrentes. Mesmo com o retorno recente de Kannemann e a escassez de zagueiros no elenco, Mano Menezes terá o desafio de reorganizar a defesa com as poucas peças que possui. O recado do campo é claro: o Grêmio precisa urgentemente de reforços para o setor defensivo.
Além das questões individuais, o sistema tático deve ser revisto com atenção. A experiência recente com Quinteros já havia mostrado que abrir mão de um meio-campo mais povoado deixa o time vulnerável. Mano, que conhece bem os caminhos do futebol brasileiro, precisa reafirmar esse equilíbrio para construir uma equipe competitiva.
No fim das contas, o empate fora de casa não foi o pior dos cenários, mas serviu de alerta. O Grêmio segue com boa campanha na competição, mas para ir longe, tanto na Sul-Americana quanto no restante da temporada, será necessário mais do que ajustes pontuais. É hora da comissão técnica encontrar soluções e da direção agir com urgência no mercado. O tempo é curto, e os erros do passado não podem mais ser tolerados.
Foto: Andres Larrovere