A derrota do Grêmio para o Botafogo teve um protagonista negativo: Mano Menezes. Em apenas um dia e meio de preparação, o técnico decidiu alterar o plano de jogo e apostar em uma ideia que já havia sido testada — e que não funcionou: dois laterais-esquerdos no mesmo lado. A improvisação de Lucas Esteves, jogador que já demonstra limitações na própria posição, foi um desastre, deixando o setor vulnerável, e sem nenhuma jogada ofensiva. O resultado foi imediato: o Botafogo dominou o primeiro tempo e abriu 2×0 com facilidade.
Mano citou as ausências de Amuzu e Arthur, preservados por questões físicas, mas justamente por isso o caminho mais lógico seria manter a base da vitória sobre o Vasco, com ajustes mínimos. Em vez disso, o treinador ainda modificou a zaga, colocando Gustavo Martins no lado esquerdo — algo que nunca havia sido testado. No meio, insistiu em escalar Dodi e Cuéllar juntos, atletas que ocupam praticamente a mesma faixa do campo, deixando o time previsível.
No intervalo, Mano desmontou a própria ideia ao colocar Pavón e Cristaldo, que melhoraram o rendimento da equipe. O Grêmio descontou cedo, pressionou e conseguiu competir, mas um erro defensivo em escanteio matou qualquer chance de reação. Carlos Vinícius ainda entrou, marcou e quase empatou no fim, mas o estrago já estava feito.
O revés reacende as dúvidas sobre a permanência do treinador para 2026, especialmente com a nova gestão chegando. Ainda assim, é preciso lembrar que o problema não é só Mano: o elenco tem limitações claras fruto das decisões da direção.
Agora, resta ao Grêmio responder em casa contra o Palmeiras e tentar estancar a pressão.
Foto: Lucas Uebel/Grêmio



